Social mente

Se me apetecer dar-te um beijo
é imoral, não pode acontecer,
se me apetecer dar-te um abraço
será ousadia e vai comprometer.
Mesmo que goste do que vejo
e mesmo sem ver ouse o embaraço
de pensar no que poderia ser,
prefiro  cegar este desejo,
amordaçar o pensamento e fugir,
esconder-me nas ruas do social
e apenas  pensar em ti a fingir
no que seriamos se não parecesse mal!

Destroços

A esperança fluiu
A vã crença ruiu
O amor desapareceu
A paixão desvaneceu
A morte não encontrou salvação
A calma sofreu erosão
E a indiferença não obteve perdão
 
E tudo o que ficou
Foram destroços de uma vida
Restos de uma entidade querida
Pedaços de qualquer coisa perdida
Que, houve dias, foi vivida
Qualquer coisa... (re) querida

Gotas que Caem

“A chuva cai nesta noite,

Molha meu rosto,

Refresca minha vida....

A chuva cai nesta hora,

Gostas refrescantes,

Gotas de amor,

Gotas da vida...

Vidas que descem do céu,

Vidas que dão vida,

Gotas que dão vida,

Terra molhada a cada instante...

Chão de lágrimas,

Chão molhado,

Lágrimas que correm do rosto,

Lágrimas de vida...

Rios de lágrimas,

Veias de lágrimas,

Quando rolam,

Rolam, rolam, rolam,

Rolam com vidas,

Rolam com amor,

parto

vozes que batem na porta fechada, ecos devolvidos.
lamurias repetidas gastas do usar ja farto
outros sons ganindo que se misturam nos ouvidos
da mulher que geme espremendo o parto.
Pariu a luz, a estrela maior que lhe aponta o caminho
bebeu nas aguas sujas e subiu a escada que foge do mal
deixou para trás o leito do homem que fala sozinho
levou pela mão a cria acorrentada no cordao umbical.
Levantou as saias, mijou de pé ao centro da terra
Gritou veneno, saiu da orbitra do olho castanho

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