Como homenagem aos que na infância e  aos que  nunca puderam compreender o símbolo do Papai Noel.

ALMA PERDIDA

Alma perdida é apenas uma sombra que flutua
Ligada em pecado no materialismo de outra geração
Hospedeira de um corpo, numa vida que não é a tua
Procuras o perdão, nos dias imaculados da redenção.

Nos âmbitos da lenta evolução, que tens vivido
Padecendo sem luz, no universo do teu mundo
Despertando em ti, horríveis instintos sem sentido
E uma mão cheia de nada, num pavor profundo.

REENCONTRAR O TEU OLHAR

Que razões contrárias eu teria
De amar, quem não me amou, nem me queria
Sussurro de mil perdões em memória sentiria
Afagados pela tristeza do momento
Que em traços de tinta vou escrevendo
Neste gesto de escrever que vou perdendo.

SÉTIMO SENTIDO

Enquanto o despertar saboreia a Madrugada
Sangue quente me devolve a Vida
Imensurável
Nem tudo imerso, na dança que me faz Nascer
Piano de mão dada e venda Laçada
Espontâneo
Prolongo os olhares que me Cativam
Desperto paixões de muitos Silêncios
Intransitivo
Sentido volátil de uma filosofia em Acomodação
Sinto-a clorofila de um Deus de Luz
Imperpétuo Sétimo Sentido

Paulo Cardoso

Quando conseguires isolar a respiração uníssuna de um silêncio,
é porque estás a Dançar.

Paulo Cardoso

Na ruptura das rosas

me desfaleço

me encontro

me perco

me reinvento

me maltrato

me desfaço

me despedaço

me remonto 

e depois de tudo

me torno novamente

botão de flor.