AGUARELA DA ALMA

AGUARELA DA ALMA

Nesse quadro em que o verde da tinta tem menos cor
E o tempo se entrelaça no misticismo do anoitecer
Colocaste um rio de águas proféticas onde se afoga a dor
E as mágoas se espraiam nas cores rugosas do envelhecer.

Nesse quadro em que as margens do rio estão cobertas por açucenas
E o sol do entardecer vai morrendo em clarões de aurora
Colocastes auréolas e asas prematuras nos meus poemas
De tinta húmida e incolor colhida na face de alguém que chora.

Estação da Luz e do Crack

Logo, os malditos da noite
avançarão as suas misérias
por sujas avenidas viciadas.
 
A massa disforme,
oculta em sujos cobertores
carrega seus andrajos e horrores
por entre estrelas envergonhadas
pelas tantas luzes desperdiçadas.
 
Então se sabe
que a promessa da vida
nem sempre é cumprida.
 

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