UM ARRANHÃO MAIS
Autor: AMANDU on Monday, 11 November 2013CONTA PARA TI.
UM DIA
EU FUI
PARA UM PARAÍSO.
PRESTA?
CONTA PARA TI.
UM DIA
EU FUI
PARA UM PARAÍSO.
PRESTA?
AMO A VIDA
E NÃO UM DOUTOR
QUE ESTÁ
POR AÍ
A DIZER QUE É DEUS
SEM SE SABER.
VEIO
E VEIA
VINHO
E DESTINO.
QUE MAIS
PARA TE OLHAR?
Nas margens da mágoa
Despedi-me da minha dor
Faz frio no breu da noite
Mas sem dor cantam sóis em labaredas
Na fogueira da paixão
Ardem as mágoas que abandono
E nos silêncios que percorro
Abro asas aos sorrisos
Rebento barragens de solidão
E escorro, rio alegre
Nos caminhos sinuosos desta vida
Onde o mar encontra o céu
No horizonte já ali, tão distante,
É o meu destino… o teu olhar!
Não me apetecem poemas
As palavras perdem-se no vento
Rebolam na lama
Não me apetecem poemas que falem de flores e de sol
Quero verdades
Quero de volta os meus silêncios
Os vazios onde me perdia
As solidões onde me abandonava
Já disse não
Sentidamente
Irritam-me os falsos sabedores
Perturbam-me os deuses de barro tosco
Quero a cinza dos caminhos
As vielas pardacentas
Os rios lavados de mágoas
Quero ondas a desfazerem
Miragens sem desertos
O poeta e sua Sina
BREVE, TÃO BREVE
Breves, as palavras breves,
dos dias sempre curtos
a quem sente contínuas exaltações.
Breves, os sonhos breves,
dos projetos sem planeamento
a quem passa com a cabeça nas nuvens.
Breves, os sentimentos breves,
dos frágeis olhares vítreos
a quem vive distante de si mesmo.
Breves, os sorrisos breves,
dos corações eternamente frios
a quem morre sem conhecer emoções.
Breves, sempre tão breves,
os poemas que exaltam os poetas
a transcenderem os atos da Criação.