Quando vens amor?

Quando vens amor?

Aconchega-te no coração do Inverno,

sente a vibração das rochas que bramem como leoas dentro de mim,

sente o uivar do silêncio em terras desertas.

São paixões,

são carícias de vento em teu rosto que percorrem distâncias indefinidas.

 

Quando vens amor?

Espero-te em mim dentro da saudade,

penso-te,

soletro o Sol em longas esperas,

imagino-te em reflexo de mim.

 

Quando vens amor?

Caminho com sofreguidão em caminho íngreme,

Anjo

Despida de uma imagem

Era sã aquela perfeição

Parecia miragem

Que tocava o coração

 

Tinha um toque suave

Que me dava a ilusão

Semelhante aquela ave

No meio da confusão

 

Assim me envolveu

Com muita motivação

Aquela espécie de céu

Que agora tinha na minha mão

Amor maduro

Amor maduro

Oh dominante das nascentes,

dos textos ardentes,

dos sopros de arrepios que quebram a respiração,

das ondulações perpétuas,

saudade das paixões em idade fresca.

 

Amor maduro,

corpo de sílabas que transforma o espírito na partitura,

o ritmo do  coração na música

e o Amor na voz dos Anjos.

 

Amor maduro,

fruto semeado em campo verde,

luz do luar,

alegria,

brisa da vida,

flor – rosa de espinhos macios,

árvore,

contradição do mar,

Palavras do Poeta

Foi naquela uma hora de dia qualquer
Que a poesia foi incapaz de perdoar tal palavra.
Seus soluços voavam como pluma
Enquanto a pele chorava triste,
Sem coragem
Como mar em ressaca nas areias nubladas...
Deveria ousar o sofrido
Deveria assoprar mais o fino gemido,
Mas poemas assim gritam em fúria tanta,
Com ódio e assassinos...

Ouviu-se o lamento tangível da frase,
Outra prece veio
De nada adiantou.

Pau de canela

Pau de canela

 

Sou a canela que envolve o pau colhido em deserto alheio,

sou o cheiro que invade o teu café,

sorve-me por inteira em dois lábios,

mexe-me com dedos de pétalas,

eleva-me ao infinito manto de pele vermelho paixão,

queima as minhas entranhas com o pau de canela acalorado.

Somos a chávena única transbordante em tempo presente e perfeito.

Espero-te em segredo no tempo,

no amanhecer em pele nua,

na mesa,

na cama,

Diálogos do Éden ( parte VII)

Diálogos do Éden ( parte VII)

 

Quero-Te Aqui mais Amante do que as infinitas rosas da língua.

Seremos ícaros da água em fogo batido em argila nua.

Uma noite inteira, um mundo inteiro,

uma translação inteira do Eterno inteiro sobre Ti seremos mais do que Deuses,

cosmos deseja nosso Eros para vibrar e arder.

Perante a luz da noite somos o arder em floresta de chuva,

a combustão impossível de dois corpos.

Quero-Te Aqui dentro do fruto da árvore do jardim,

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