Fráguas

Penas…
que voam no tempo,
tantas são
as que encontrei,
junto às pedras
dos caminhos,
que percorri
e desbravei.

E tantas são
as minhas penas,
que vou guardando
nestas linhas,
estão no meu peito
serenas,
pois todas as penas
são minhas.

(Rui Tojeira)

Senta-te

SENTA-TE... A MEU LADO...

Anda... Senta-te
A meu lado...

Fala-me de quando a tua alma de menina
Não tinha ainda sido arranhada pelo tempo
Por gente que te não entendia
Näo via a dor que pingava dos teus olhos
Nem os silêncios que te amarravam o coraçäo

Fala-me de quando fugias
Por esses campos verdejantes
Para falésias errantes
Onde escondias a tua dor
E o vento te trazia o odor da maresia
E brincava com os teus cabelos

RELATOS DE UM IDOSO!(JATOBÁ)

A descrição pura e simples seria muito vaga, e a afirmação projetaria um único sentido; estou velho!

Como será daqui " pra frente"?!

Os anos passaram, e certa idade se alcançou. Agora é só esperar o "dia da partida" ! nada disso...

bilhões de anos se esgotaram, raças diversificadas existiram ou ainda existem resistindo, transformações ocorreram, tecnologias avançaram e se aprimoraram, as ciências, mistérios descreveram, e o homemaí está, superando e comprovando o que a hoistória documentou, e o tempo nada "apagou"!

Séculos...

Um milênio!...

Soneto da Maior Saudade

Mas que contemplar insana vaidade

Riqueza, arte pura do semblante

É ter-lhe em minhas mãos completa divindade

Com o prazer e o olhar dardejante

 

Aéreo, na palidez do tempo e do espaço,

Sou e vivo a fitar desmedida graça

Que não se escapa muito menos se disfarça

Na plenitude do meu dia escasso

 

Não há dia que eu não peça

Que faças parte de um paraíso, nume

Algo de valor que ao meu sangue cessa

 

E enquanto longe estiver teu olhar que doura

Dói-me a ausência do imortal lume

Pages