CAMUS, Albert - Filósofos Modernos e Contemporâneos

CAMUS, ALBERT

1913/1960

CAMUS nasceu na Argélia, à época uma colônia francesa, em 1913. Antes de completar um ano de vida perdeu o pai, morto em combate na 1ª Guerra Mundial.

Criado apenas pela mãe teve uma infância extremamente pobre, mas ainda assim conseguiu se formar em Filosofia na Universidade de Argel.

Aos 25 anos mudou-se para a França e se uniu ao Partido Comunista Francês de onde foi expulso em 1937, dois anos após a sua filiação.

E Agora

Na rude ciranda sem cor, em que rodam as ásperas meninas,
sente-se o peso da miséria consumada e da dor acostumada.
São elas os próximos cordeiros à espera do cutelo
que as sacrificará ao Baal Capitalista
e aos seus burgueses capachos da Av. Paulista.

Giraram sonhos vãos e quimeras inúteis,
pois eis que nessa terra de coronéis,
de sacripantas de altares e madames de bordéis,
só restou outro sonho acabado
e mais um grito sufocado.

Pecados Meus Que Não Confessei

Pecados Meus Que Não Confessei

Pecados meus que não confessei,
forçado fui eu a cometer-vos tanto;
agora vos deixo à este relento,
cansado estou do tanto que pequei.

Vos que pelos desejos me ofertei,
desejo da carne que pago no pranto;
não mais quero este pecado manto,
despi-vos porque má fama ganhei.

Alma minha que antes era santa,
poluiram-a seduzindo meus olhos;
mostrando-lhe os teus feitiços.

Nem que chouva água benta,
condenado estou e colho-os;
voltar, quero tanto aos começos.

Atrapalhando a lua

Atrapalhando a lua

 

Estava eu tomando um banho de lua e veio um cara me atrapalhar

Estava eu contemplando a lua, e o cara, a lua quis apagar

Enquanto eu olhava a lua, veio um cara querer me cobrar

Estava eu vendo a lua veio um cara e...

Dei-lhe um safanão, sai pra lá Zé culé

Por acaso a lua é tua?

Para de atrapalhar o meu poema

 

Charles Silva

BOCA CHEIA

                                 BOCA CHEIA

Quero falar de boca cheia, te amo! Cheia de que será?

Cheia de algo duro, que não pode quebrar, não posso mastigar só posso pensar.

Deixa o vinho derramar, escorrer até o umbigo

E você beber comigo, é gostoso de se provar é gostoso amar!

Tomar um banho de língua

Deixar você doidinho,

com esse meu carinho

Mas não vai endoidar sozinho, vamos chegar juntinho

Na hora agá...Ai!  Amorzinho!!!

 

Madalena Cordeiro

MUNDO DA LUA

 

                            MUNDO DA LUA

Estou com a cabeça no mundo da lua

as veias do cérebro misturado a culpa é sua!

Você nem percebe que estou nua

estás cego? Perdeu a visão?

Aqui ao seu lado, uma cintura de violão!

Umas pernas com pele bem lisa

Você não tira nem a camisa

Essas pernas estão pedindo, que você às alisa

Então, vai ficar aí perdendo tempo?

Você diz que está gripado, fica aí deitado o nariz tem corisa.

Vou levar à quem precisa!

tchau corisa!

 

Madalena Cordeiro

È no poema...

É no poema que eu posso chorar sem ser criticada em nada
Eu posso ser eu... e ser muitos.
É no poema que eu desabafo os meus amores, as minhas dores, as minhas vidas.
Eu respiro mais fundo e choro por dentro conversando com o papel
São nos versos que eu fico tranquila, mais calma
No papel eu viajo em mil mundo,conheço mil pessoas,conheço a eu mesma.

Eu desabafo coisas que nem eu sabia que podia
Desabafo sobre tudo, sobre todos.
É no poema que eu posso viver, posso sonhar.

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