Ela

Ela

 

Uma frota de sentidos, uns imundos, outros dóceis, alguns amáveis, muitos outros são extasiantes. Delicada num dia, noutro é puro veneno. Entre o simples e o complexo, permeia-se entre os dois, tudo é uma questão do que se busca. Direta, reta, parada. Segredos não são para se mostrar despudoradamente. Inteligível e ilegível num vai e vem que me avassala. Nada é pra ser formalmente legível.

Charles Silva

O herói que perdeu

Encurralado, nosso herói tenta se proteger. Mas que estória é essa? O herói perdeu seus super poderes, suas armas são inofensivas e ainda por cima não sabe mais voar. Enquanto isso, os prisioneiros fugiram, a cidade está sitiada, e nosso herói está ferido. Mas que estória é essa? Não há médicos nos hospitais e sua hemorragia jorra. Mas que estória é essa? Onde já se viu? Uma estória onde o herói não faz nada? Pra que serve esse herói então? – Essa é a estória do herói que perdeu, e por conseguinte não vai ser exibida na seção da tarde. Até porque, não é uma história, e sim uma estória.

Início

Deixa-me rasgar entre dentes o cadastro
De sombrias dores na carne embutidas,
Deixa-me sufocar o cheiro que alastro,
Serei sempre o mártir das tuas feridas.

Deixa-me ser o que não tem sentido,
Escrever o desinteressante,
Sobreviver no sentido proibido
Sob o letal ar escaldante.

Deixa as minhas palavras arder
Sobre o peito onde nascem
Os suores que as viram crescer,
Rasgando na carne o início da viagem.

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