Janota Nudez

Devolva-me o singular da tua janota nudez
As estrelas e a lua cheia entre teus pés
As mesmas pertencem-me mês após mês
E tudo mais que escondes na tua timidez

Devolva, que não a perco desta vez !
Desfaleceu do flácido o corpo que vês
O sagrado fruto dos teus segredos o dês
Tartamudea, mas não diga talvez

Viajam as mãos dos meus olhos
Nos teus peitos que vencem cones
Co'pontiagudo dos teus mamilos

Desta ímpar nudez faça meus agasalhos
E deles milhões de pares clones
Para apenas eu senti-los e tê-los

Que os meus olhos possam ser

Que os meus olhos possam ser

águas cristalinas onde possas mergulhar

e livrar-te da poeira

                             que se acumula nos teus ombros ao longo da nossa jornada

Que os meus olhos possam ser 

o espelho da tua essência

                                             daquilo que és

                                                                      mas não consegues ver

Que os meus olhos possam mostrar-te

a intensidade do teu brilho

                                              e iluminar o teu olhar

QUANDO OS POEMAS CAEM DO CÉU

Às vezes os poemas
Caem do céu
– Quais chuvas amorosas
Nos Verões escaldantes.

Tal como a água,
Os poemas amenizam o ambiente,
Refrescam o corpo
E ainda alimentam a alma.

Há quanto tempo
Não tomas o teu banho
De chuva?...

02.08.2011, Henricabilio
in "Poemas curto(-o)s"

Amor e Mágoas

Amor e Mágoas

 

Quem poderá julgar se era amor? Quem dirá se houve mais mágoas do que amor? O que teve mais peso? O peso de tantas mágoas, ou o peso do amor que havia? Quem poderá julgar? Só se sabe o que prevaleceu, e o que o tempo revelou, que o peso das mágoas venceu. Em um tempo futuro não caberá mais julgar o peso das mágoas, nem o peso do amor, serão apenas cicatrizes de um passado de amor e mágoas.

 

Charles Silva

Linha contínua

Linha contínua

 

Continuo a viver porque não sei quem sou.

Continuo porque continuando me afasto da morte.

Continuo porque querem que eu continue.

Continuo fugindo do continente que caminho porque ainda não determinei todo meu conteúdo.

Porque continuo eu sei. Não sei o porquê devo parar.

Então continuo, como um ponto que depois de um ponto não é mais ponto por querer continuar----------------

MÚSICO

Há de trazer festejo à distante ilha
O acorde que se ergue do bandolim;
Afastar as iras que existe em mim,
A alegre harpa que o músico dedilha.

Na sala escura, queda, melancólica,
Também ao piano Chopin murmurou.
Da viola uma nota alguém já acordou,
Tal qual o pastor co`a flauta bucólica.

Alguém já foi músico em seus pesares
Afinando as cordas do peito aflito,
Tristes sons perseguindo em seus cismares.

Só vejo a tu, o flor.

te vejo 
 
em ramalhetes de flores,
poemas
e chocolates.
 
ou em qualquer outro
instrumento do amor.
 
te vejo em livros
canções
em gestos 
te vejo assim
te vejo aqui
te vejo flor.
 
te vejo em outras 
historias
em outros beijos
te vejo do peito, amor.
 
te vejo no meu silencio 
no apagar as luzes 

O que passa, não é apenas passado

“O que passa, não é apenas passado, é vida vivida e lixo produzido. A separação entre vida e lixo deve ser feita por aquele que sentiu o que fez sentido e o que não. O que não fez, a reciclagem é obrigatória.”

Leonardo Peracini __Trecho do livro: SENDO HUMANO: Reflexões de uma existência.

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