Viva!

Viva!

Estou aqui, viva!
Por quantas vezes quiseram cortar as minhas asas…
Outras mil, destruir o meu ninho…

Mas eu ainda aqui estou,
Cheia de Sol, na Alma!

Irradio, amor pelo corpo do meu pensamento,
Alimento-me dos meus sonhos, e uma vez mais,
Perco-me na viagem dentro do meu olhar.

 Viva,

Sim! Sempre!
Porque Eu, sou Eu, e não quero viver castrada!

Prefiro morrer, para sempre. Se for assim, o vento irá decidir… Se vou Voar, ou se adormecerei quando a Lua chegar! 

 

Rita Pea

Neste momento terno e pensativo

Neste momento terno e pensativo
Aqui sentado a sós
Sinto que existem noutras terras outros homens
Ternos e pensativos,
Sinto que posso dar uma espiada
Por cima e avistá-los
Na França, Espanha, Itália e Alemanha
Ou mais longe ainda
No Japão, China ou Rússia,
Falando outros dialetos,
E sinto que se me fosse possível
Conhecer esses homens
Eu poderia bem ligar-me a eles
Como acontece com homens de minha terra,
Ah e sei que poderíamos
Ser irmãos ou amantes
E que com eles eu estaria feliz.

MESSALINA

Lindos cabelos anelados
Louros entre o médio e avelã
Como auréola da santidade cristã
Pobre vida pagã entre festins e orgias de Baco.

Ao submundo Messalina descestes
Aprimorando teu corpo no calor do sexo
E introduzida a infâmia por vários mecenas
Nas alcovas de muitos fora a comida e bebida predileta.

Cláudio, teu marido, e de toda Roma Imperador
De tua fama, doce meretriz, sabia e corno como se sentia.

QUATRO ESTAÇÕES

Vento varrendo
As folhas de zinco
Do meu corpo: outono...
E rosadamente em neblina delirante
Te cintilo coração... e cinjo de ciano tua nudez aveludada
Despida pela despedida do vento errante de maio
Hoje apenas brisa das três estações pendentes
Que faltaram de saudade nascente
E pelo poente desta história já se foram.

Pages