Máquina alguma de poupar trabalho

Máquina alguma de poupar trabalho
Eu fiz, nada inventei,
Nem sou capaz de deixar para trás
Nenhum risco donativo
Para fundar hospital ou biblioteca,
Reminiscência alguma
De um ato de bravura pela América,
Nenhum sucesso literário ou intelectual,
Nem mesmo um livro bom para as estantes
- apenas uns poucos canto
vibrando no ar eu deixo
aos camaradas e amantes.

* Walt Whitman em "Canto a mim mesmo"

Viva!

Viva!

Estou aqui, viva!
Por quantas vezes quiseram cortar as minhas asas…
Outras mil, destruir o meu ninho…

Mas eu ainda aqui estou,
Cheia de Sol, na Alma!

Irradio, amor pelo corpo do meu pensamento,
Alimento-me dos meus sonhos, e uma vez mais,
Perco-me na viagem dentro do meu olhar.

 Viva,

Sim! Sempre!
Porque Eu, sou Eu, e não quero viver castrada!

Prefiro morrer, para sempre. Se for assim, o vento irá decidir… Se vou Voar, ou se adormecerei quando a Lua chegar! 

 

Rita Pea

Neste momento terno e pensativo

Neste momento terno e pensativo
Aqui sentado a sós
Sinto que existem noutras terras outros homens
Ternos e pensativos,
Sinto que posso dar uma espiada
Por cima e avistá-los
Na França, Espanha, Itália e Alemanha
Ou mais longe ainda
No Japão, China ou Rússia,
Falando outros dialetos,
E sinto que se me fosse possível
Conhecer esses homens
Eu poderia bem ligar-me a eles
Como acontece com homens de minha terra,
Ah e sei que poderíamos
Ser irmãos ou amantes
E que com eles eu estaria feliz.

MESSALINA

Lindos cabelos anelados
Louros entre o médio e avelã
Como auréola da santidade cristã
Pobre vida pagã entre festins e orgias de Baco.

Ao submundo Messalina descestes
Aprimorando teu corpo no calor do sexo
E introduzida a infâmia por vários mecenas
Nas alcovas de muitos fora a comida e bebida predileta.

Cláudio, teu marido, e de toda Roma Imperador
De tua fama, doce meretriz, sabia e corno como se sentia.

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