A Espera
Autor: Fabio Renato Villela on Wednesday, 23 January 2013
Que são poetas, todos uns poetas!
Palavras aventadas como barro a parede,que soa a insulto!
Que associação existe entre o escritor e o indigente?
Entre o racional comtemplativo com um elemento a abater?
De que numa sociedade em crise surgem os juizos,a insana busca de um bode a pagar!
Assim se procura o culpado!
Porque não procuramos nós o herói ?
chegam já nuas ao meu corpo,
vestidas apenas de desejo,
essas mãos onde eu vejo,
o meu mundo remexer...
mãos que falam,
mãos que calam,
mãos que sabem tão bem ler,
as vontades do meu corpo,
que a boca não quer dizer...
Convencem os meus sentidos,
a entregar-se à paixão,
quando firmemente me tocam,
que deliciosa sensação...
O mundo vestiu-se de noite
eu de ti me vesti...
a lua entregou-se ao céu
e eu entreguei-me a ti...
por entre a escuridão lá fora
a vida se ia perdendo...
entre os teus braços, meu amor
para a vida eu ia nascendo...
refugiada em teu corpo
a madrugada espiava...
o desejo que corria louco
e que a pele incendiava...
Gosto de me dar à noite,
quando não me dou a ti,
ela mesmo em silêncio,
fala tanto para mim...
Escuto as linhas que rasgam,
o horizonte do olhar,
e penso o quanto queria,
no teu corpo me aninhar...
A lua lá no alto,
enfeitiça-me o pensamento,
e quando eu fecho os olhos,
vejo-te a cada momento...
A brisa da escuridão,
trás o som da tua voz,
escuto o meu nome ecoando,
deixando o meu coração veloz...