Poetas de calos nas mãos!

Poetas de calos nas mãos

 

Que são poetas, todos uns poetas!

Palavras aventadas como barro a parede,que soa a insulto!

Que associação existe entre o escritor e o indigente?

Entre o racional comtemplativo com um elemento a abater?

De que numa sociedade em crise surgem os juizos,a insana busca de um bode a pagar!

Assim se procura o culpado!

Porque não procuramos nós o herói ?

Convincentes...

 

chegam já nuas ao meu corpo,
vestidas apenas de desejo,
essas mãos onde eu vejo,
o meu mundo remexer...

mãos que falam,
mãos que calam,
mãos que sabem tão bem ler,
as vontades do meu corpo,
que a boca não quer dizer...

Convencem os meus sentidos,
a entregar-se à paixão,
quando firmemente me tocam,
que deliciosa sensação...

O mundo lá fora...

 

O mundo vestiu-se de noite
eu de ti me vesti...   

a lua entregou-se ao céu
e eu entreguei-me a ti...

por entre a escuridão lá fora
a vida se ia perdendo...
entre os teus braços, meu amor
para a vida eu ia nascendo...

refugiada em teu corpo
a madrugada espiava...
o desejo que corria louco
e que a  pele incendiava...

Na surdez da noite...

 

Gosto de me dar à noite,
quando não me dou a ti,
ela mesmo em silêncio,
fala tanto para mim...

Escuto as linhas que rasgam,
o horizonte do olhar,
e penso o quanto queria,
no teu corpo me aninhar...

A lua lá no alto,
enfeitiça-me o pensamento,
e quando eu fecho os olhos,
vejo-te a cada momento...

A brisa da escuridão,
trás o som da tua voz,
escuto o meu nome ecoando,
deixando o meu coração veloz...

Viagens na tua pele...

 

Percorro-te incessantemente...
faço do teu corpo a minha extravagância...
sigo o rasto da obscenidade que se resguarda nos teus poros...
resgato os cheiros....salvo sentidos...
como naufraga vou buscar-te em todos os sinais,
és farol de sentimentos,
luz acesa que me encaminha à insensatez...
Na tua pele destapo a minha estrada,
atropelo o meu juízo...
 

Ártemis

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