Porque é que existo?

Sinto que nada sou
E que nada vou ser
Pois para onde vou
Nunca chego a aparecer

Se apareço, logo desapareço
Como algo que não existe
Até eu, de mim me esqueço
Sou alguém que só assiste

Porque é que vivo
Se o meu corpo morreu
Para nada sirvo
Nem sei, quem sou eu

Qual a razão de tudo isto
Se sou o inverso
Porque é que existo
Neste mundo perverso

O meu corpo jaz
Transforma-se em pó...
Já estou em paz,
Mas continuo tão só...

Poetas de calos nas mãos!

Poetas de calos nas mãos

 

Que são poetas, todos uns poetas!

Palavras aventadas como barro a parede,que soa a insulto!

Que associação existe entre o escritor e o indigente?

Entre o racional comtemplativo com um elemento a abater?

De que numa sociedade em crise surgem os juizos,a insana busca de um bode a pagar!

Assim se procura o culpado!

Porque não procuramos nós o herói ?

Convincentes...

 

chegam já nuas ao meu corpo,
vestidas apenas de desejo,
essas mãos onde eu vejo,
o meu mundo remexer...

mãos que falam,
mãos que calam,
mãos que sabem tão bem ler,
as vontades do meu corpo,
que a boca não quer dizer...

Convencem os meus sentidos,
a entregar-se à paixão,
quando firmemente me tocam,
que deliciosa sensação...

O mundo lá fora...

 

O mundo vestiu-se de noite
eu de ti me vesti...   

a lua entregou-se ao céu
e eu entreguei-me a ti...

por entre a escuridão lá fora
a vida se ia perdendo...
entre os teus braços, meu amor
para a vida eu ia nascendo...

refugiada em teu corpo
a madrugada espiava...
o desejo que corria louco
e que a  pele incendiava...

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