*ENTRE OS ARVOREDOS*

Calma silentia lunae.
     (Virgilio)

Recordas-te essa noute, ó bella desgostosa!
Que nós andámos sós e tristes divagando,
Entre as folhas e o vento, o vento leve e brando.
Aos lividos clarões da lua silenciosa?!...

Callados e atravez da grande sombra escura
Dos cerrados pinhaes e augustos castanheiros,
Como as almas leaes e antigos companheiros,
Unidos a gemer a mesma desventura!

FLORES

 

De um degrau de ouro, — entre cordões de seda, gazes grises, veludos verdes

e discos de cristal que escurecem como bronze sob o sol, — vejo a digital se

abrir num tapete de filigranas de prata, de olhos e cabelos.

Peças de ouro amarelo semeadas sobre a ágata, pilares de mogno sustentando

*A ULTIMA SERENADA DO DIABO*

No tempo em que elle, nas lendas,
Era amante e cortezão,
Jogava, e tinha contendas,
Cantava assim em Milão:

..........................................
..........................................
..........................................

Ó flores meigas, ó Bellas!
Para prender os toucados,
Eu dar-vos-hia as estrellas:
--Os alfinetes dourados!

Só pelo amor quebro lanças!--
A Rainha de Navarra
Enleou um dia as tranças
No braço d'esta guitarra!

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