RECORDAÇÕES
Autor: Bulhão Pato on Saturday, 26 January 2013
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
    Ó meu amigo Mar, meu companheiro
	    De infancia! dos meus tempos de collegio,
	    Quando p'ra vir nadar como um poveiro
	    Eu gazeava á lição do mestre-regio!
	    Recordas-te de mim, do Anto trigueiro?
	    (O contrario seria um sacrilegio)
	    Lembras-te ainda d'esse marinheiro
	    De boina e de cachimbo? Ó mar protege-o!
	    Que tua mão oceanica me ajude,
	    Leva-me sempre pelo bom caminho,
	    Não me faltes nas horas de afflicção.
Adeus, adeus, ó Sol! grão moribundo
	Tão amado dos mysticos amantes!
	Vae dourando inda os ninhos e os mirantes
	E os sinceiraes, o Mar, o velho mundo!
	Vae! vae! ó astro lyrico! no fundo
	Das aguas apagar-te!... Os teus instantes
	São curtos, coração largo e profundo!
	Mas da minha amargura semelhantes!
	E, no entanto, astro de fogo, astro tyrano!
	Se a tua chaga é funda, no Oceano
	Todo o teu sangue ali podes lavar!...
Vende-se o que os Judeus não venderam, o que nem a nobreza nem o crime
provaram, o que o amor maldito e a honestidade infernal das massas ignoram;
o que nem a ciência nem o tempo reconhecem;
As vozes restauradas, o despertar fraterno de todas as energias corais e
Só eu sei o que eu perdi,
	Os outros nunca saberão,
	Porque os outros
	Se conformam com pouco.
REENCARNAÇÃO DE ADOLF
Do not get me wrong,
	I have my destiny,
	Running the eternal risk
	To love and suffer alone.