Riquinha

    Soffrer callada as suas proprias dôres
    E chorar como suas as dos mais,
    Tal a Rainha do seu nome, em flôres
    Transforma pedras e em sorrisos ais.

    A toda a parte leva o sol e amores,
    É a _Saude dos Enfermos_ nos Cazaes;
    E, no mar-alto, os velhos pescadores
    Invocam-n'a entre espuma e temporaes!

    Quem será ella, tão piedoza e dôce!
    Com uns taes olhos que não tinha visto
    Será a Virgem? Oxalá que fosse!

O poeta pede ao seu amor que lhe escreva

 

Amor de minhas entranhas, morte viva, 
em vão espero tua palavra escrita 
e penso, com a flor que se murcha, 
que se vivo sem mim quero perder-te. 
O ar é imortal. A pedra inerte 
nem conhece a sombra nem a evita. 
Coração interior não necessita 
o mel gelado que a lua verte. 

RENASCIMENTO DAS FLORES

                                     Amigo,
                                     Todas as palavras do mundo
                                     Jamais serão suficientes
                                     Para expressar tudo o

Grandes Lares Veraneios

Musa sorria para mim!

Tu serás a única em meu coração!

Arrebate minha alma como um balão;

Faça-me voar em teu cetim,

Com teus deslizares sobre os telhados de marfim.

 

Desça do Olimpo, musa sutil,

Com tocha à destra e fogo ardil;

Queimou-me tanto que me sinto frio.

Advieram as cinzas que cobriram o rio.

 

Cativa-me pelo teu olhar;

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