A JULIA (Da Paquita)
Autor: Bulhão Pato on Thursday, 3 January 2013
Cancei-me de tentar o teu segrêdo: No teu olhar sem côr,--frio escalpello,-- O meu olhar quebrei, a debate-lo, Como a onda na crista d'um rochêdo. Segrêdo d'essa alma e meu degrêdo E minha obcessão! Para bebe-lo Fui teu labio oscular, n'um pesadêlo, Por noites de pavor, cheio de medo. E o meu osculo ardente, allucinado, Esfriou sobre o marmore correcto D'esse entreaberto labio gelado... D'esse labio de marmore, discreto, Severo como um tumulo fechado, Serêno como um pélago quieto.
Senhora! a todas as novenas ides,
E porque vós lá ides, vou tambem.
É um descanço sem par ás minhas lides,
Aos meus males, e em summa faz-me bem.
Essas graças que tendes (vós sorrides?)
Só nas flôres as vejo, em mais ninguem.
Se o vosso corpo é magro como as vides,
Os cachos d'uvas que o cabello tem!
Fazeis-me andar n'uma continua roda,
Pelas igrejas da cidade toda,
S. Luiz de França, Encarnação e mais.
Morto ficou na rua
com um punhal no peito.
Não o conhecia ninguém.
Como tremia o farol,
mãe!
Como tremia o pequeno farol
da rua!
Era madrugada. Ninguém
pôde assomar-se a seus olhos
abertos ao duro ar.
Que morto ficou na rua,
que com um punhal no peito
e que não o conhecia ninguém.
Eu gosto do vosso Cristo, eu não gosto dos vossos cristãos. Os vossos cristãos são muito diferentes de seu Cristo.
Alguns nascem grandes, alguns conseguem grandeza, e alguns têm a grandeza sobre eles.
Um Príncipe se aborrecia por só se dedicar a perfeição de generosidades
vulgares. Ele previa estonteantes revoluções do amor, e desconfiava que suas
mulheres pudessem bem mais que uma complacência enfeitada de céu e luxo.
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