A MEU IRMÃO AUGUSTO

    Léman azul, que, mudo e morto, jazes.
    Quanto és feliz! assim podesse eu sel-o!
    Nem a sombra dos montes, nem seu gêlo,
    De turvar tuas agoas são capazes.

    Minhas cartas inuteis de doutor
    Eu rasgaria, é certo, com prazer,
    Se eu podesse um dia vir a ser
    Dessas ondas, um simples pescador.

    Léman azul, nas agoas socegadas,
    Quantas vidas tu levas confiadas!
    Pareces ver meu mal, e escarnecel-o!

O Passado

O passado cura
Mas, muitas vezes entristece
Quando faz lembrar uma altura
Com alguém que não se esquece
 
Alguém que nos deixou
Sem dizer qual a razão
A nossa vida marcou
Seja no passado ou não
 
Por muitas vidas passei
E muitos romances vivi,
Mas, amar nunca amei,
Como te amo a ti
 
Muitos personagens encarnei,
Milhares de experiências vivi,
As mais importantes lembrei,
Foram as vezes que te conheci

ESMOLA

ENCONTREI-TE PERDIDO NA VIDA

TACTEANDO ÁS CEGAS UM CAMINHO

COMO UMA AVE PERDIDA,SEM TER NINHO,

COMO UM POBRE SEM TETO NEM GUARIDA..

 

FALASTE-ME DAS MÁGOAS, DOS DESEJOS,

DA FOME,DA SEDE DE CARINHO TERNURA...

DEI-TE A BEBER DOS MEUS OLHOS,ÁGUA PURA,

DEI-TE A COMER DA SEARA DOS MEUS BEIJOS.

 

NOS MEUS BRAÇOS ESGUIOS FIZ-TE UM LEITO,

PENDUREI-TE UM SORRISO Á CABECEIRA

E ACENDI NO MEU CORPO UMA FOGUEIRA

PARA AQUECER AS CINZAS FRIAS DO TEU PEITO.

 

MAS FOSTE TÃO INGRATO SANTO DEUS!!

Pages