Frémito do meu corpo a procurar-te
Autor: Florbela Espanca on Saturday, 17 November 2012Frémito do meu corpo a procurar-te,
	Febre das minhas mãos na tua pele
	Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
	Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,
	Olhos buscando os teus por toda a parte,
	Sede de beijos, amargor de fel,
	Estonteante fome, áspera e cruel,
	Que nada existe que a mitigue e a farte!
	E vejo-te tão longe! Sinto tua alma
	Junto da minha, uma lagoa calma,
	A dizer-me, a cantar que não me amas...
