A diferença entre a literatura e o jornalismo...
Autor: Oscar Wilde on Monday, 12 November 2012A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida.
A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida.
Dos meus antepassados gauleses tenho os olhos azuis pálidos, uma firmeza limitada e a falta de habilidade na luta.
Quem fez ao sapo o leito carmesim
	De rosas desfolhadas à noitinha?
	E quem vestiu de monja a andorinha,
	E perfumou as sombras do jardim?
	Quem cinzelou estrelas no jasmim?
	Quem deu esses cabelos de rainha
	Ao girassol? Quem fez o mar? E a minha
	Alma a sangrar? Quem me criou a mim?
	Quem fez os homens e deu vida aos lobos?
	Santa Teresa em místicos arroubos?
	Os monstros? E os profetas? E o luar?
Ó trevas, que enlutais a Natureza,
	Longos ciprestes desta selva anosa,
	Mochos de voz sinistra e lamentosa,
	Que dissolveis dos fados a incerteza;
	Manes, surgidos da morada acesa
	Onde de horror sem fim Plutão se goza,
	Não aterreis esta alma dolorosa,
	Que é mais triste que voz minha tristeza.
	Perdi o galardão da fé mais pura,
	Esperanças frustrei do amor mais terno,
	A posse de celeste formosura.
Leda serenidade deleitosa,
	Que representa em terra um paraíso;
	Entre rubis e perlas, doce riso,
	Debaixo de ouro e neve, cor-de-rosa;
	Presença moderada e graciosa,
	Onde ensinando estão despejo e siso
	Que se pode por arte e por aviso,
	Como por natureza, ser formosa;
	Fala de que ou já vida, ou morte pende,
	Rara e suave, enfim, Senhora, vossa,
	Repouso na alegria comedido:
	Estas as armas são com que me rende
	E me cativa Amor; mas não que possa
	Despojar-me da glória de rendido.
Em que estado, meu bem, por ti me vejo,
	Em que estado infeliz, penoso e duro!
	Delido o coração de um fogo impuro,
	Meus pesados grilhões adoro e beijo.
	Quando te logro mais, mais te desejo;
	Quando te encontro mais, mais te procuro;
	Quando mo juras mais, menos seguro
	Julgo esse doce amor, que adorna o pejo.
	Assim passo, assim vivo, assim meus fados
	Me desarreigam d'alma a paz e o riso,
	Sendo só meu sustento os meus cuidados;
Escrito em 24-10-1917.
A guerra, que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
A CRIANÇA que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Passa o vento os do portico da igreja
	Esculpidos umbraes: correndo as naves
	Sussurrou, sussurrou entre as columnas
	De gothico lavor: no orgam do côro
	Veiu, emfim, murmurar e esvaecer-se.
      Como isto cá por fóra é tudo alegre!
	      Quão bello o sol! que esplendida harmonia
	               A terra, o mar e os céos!
	      Porem dentro de mim que mundo á parte!
	      Que embate de paixões! Que noite funebre!
	               Que magoas, Santo Deus!