Ó trevas, que enlutais a Natureza
Autor: Bocage on Monday, 12 November 2012Ó trevas, que enlutais a Natureza,
	Longos ciprestes desta selva anosa,
	Mochos de voz sinistra e lamentosa,
	Que dissolveis dos fados a incerteza;
	Manes, surgidos da morada acesa
	Onde de horror sem fim Plutão se goza,
	Não aterreis esta alma dolorosa,
	Que é mais triste que voz minha tristeza.
	Perdi o galardão da fé mais pura,
	Esperanças frustrei do amor mais terno,
	A posse de celeste formosura.
