Tanto Faz

Minha passagem será essa,
ser ausente de movimento,
zero acertos e erros vazios.
Um mero observador da vida,
na ótica difusa desistir antes
do tentar, patética situação
admoestada por mim.
Conformismo, desleixo,
são sinônimos d’alma perdida.
Não sei de nada da vida prática,
quem dera sobre ideologias.
Mas sei deixar a paixão literária
amar a vida, o coração pulsar
até enjoar, como o sol fervente
nas tardes de verão.

Batalhando contra a poesia

Ophel deve ter sido amaldiçoado,
seu autoflagelo com sua caneta,
punia-se ao lançar palavras
contra a folha, como que fincado
na terra, o espantalho semântico.
Aprecia a verdadeira poesia,
como o perfume de primavera,
aos sonetos do velho marujo.
Sentia-se morgado quando uma
rima limitava o coração da
sentença; ele, tolo homem,
está preso junto aos falsos
poetas, de que se orgulham

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