Medo do escuro

A lua cheia te aterroriza?
Milhões de estrelas te limita?
O nado voraz dos peixes,
Do rio escuro, os feixes
brilhosos do sol abandonado
Esquecido pelo teu afago

Ora, não tenha medo
Garota, estou em apego
A ti, a escuridão e ao todo
Acendo tochas de fogo
Com meu abraço, tudo
Permanece, até teu luto
Pelo sol que fenece o fruto

Por ti, morro se necessário
Mas como na viagem
de um trem, serei teu itinerário
E nosso amor, a bagagem

Versus

"Your will shall decide your destiny."
BRONTË, Charlotte "Jane Eyre", 1847

Num pentagrama, a esmar, doxa e episteme
Devêm em isagoge que as subsume,
Convolvidas no ambívio sem que um nume
Ou um Crugal (1), vox silentis, luza estreme.

PRESSUPOSTO

 

 

 

estou aqui?

ou no contorno da esquina

-da vida?

alternando o silêncio

com  sussurros agudos

entre o ser e o nada

e a (in)consciência disso

consta no feitiço/viço

que me levou a pensar

-que penso o que inteiramente

não existiria de per-si

se meus pensamentos fossem apenas

uma resolução própria/única

de autoconhecimento cognitivo

descobrindo que nada sou

embora seja inteiramente tudo

para o outro:

pressuposto de que não exista

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