Poemas e orações Autora Maria Carmo Borges Maria Borges
Autor: Maria Carmo on Wednesday, 18 August 2021
Lindo Livro Autora Maria Carmo Borges Maria Borges
Lindo Livro Autora Maria Carmo Borges Maria Borges
No teu olhar podemos ver
Um infinito amor a crescer,
Onde a luz do sol faz brilhar
O azul do mar do teu olhar.
Juntos na praia nos deleitamos
Em carícias e beijos contidos,
Ao som das ondas navegamos
Num amor platónico envolvidos,
E renitentes nos evitamos
Para não causar maiores perigos.
Mas o amor é puro veneno
Que nos entorpece a razão
E quando o sentimos em pleno
Damos conta que já passou o verão.
Resta-me somente a sensação
Eu te amo
enfrento fronteiras para te encontrar
perímetros urbanos não hei de calcular
espaço e tempo na memória
a matemática nestas estradas pode faltar
Eu te amo
as piores distancias
nenhum peregrino ousou caminhar
ousadia minha , meu amor por ti
ao mundo revelar
Eu te amo
mas quero sentir
toda a caricia do vento, tua ausência suavizar
no expresso mais pequeno desta nação
distancias animalescas a te reencontrar
a fantasia esgota-se nas futilidades citadinas onde a solidão se torna insuportável; remove-se das assembleias onde se discutem os nutrimentos do dia-a-dia; dissolve-se nas sevícias mundanas.
Eu não irei voltar! Não volto ao refúgio carnal que de seu asilo trancafiou-me. Quase um século de volúpia contra meu prazer, cativando a soberba do ego; décadas de ignomínia sob o solo dos ratos beirando minha masmorra. Bastardos do rei, poderoso rei, vilipendiou-me nas frestas da esperança, quando vosso austero coração derretia conforme o batimento de teu filho queimava na peremptória piedade não atendida. Afogado pelo sangue opressivo que cachoava, infelizmente, meu funesto corpo; o mar vermelho de minhas entranhas banha o sol como a vertigem de marte.
Eu conheço bem a amargura
condutora lacrimal
é a salinidade da vida!
Um par de botas desgastadas
Obriga a rota repensar
Rio particular , meu aquário ,
Não ensina
Os atalhos da luz.
Conhecer a dor
Dentro e fora deste casulo
Um pinguinho de bem
Distante da amargura lacrimais .
Conheço o sal destes dias!
Recordo a criança
E seu mundo sem abalos.
Era assim, antes das botas desgastadas
De percorrer léguas ciganas
Havia felicidade
Na vida de aprendiz.
onde reencontrar a textura clássica do sentimento? nas querelas dum pássaro que adeja nos enevoados céus da imperfeição? ou nas emoções dum desertor que aprofunda a sua alma recolhido numa caverna?