Rio de Onor
Autor: Natália Augusto on Monday, 1 February 2021Passeio por Rio de Onor, distrito de Bragança, num momento de confinamento. Os castanheiros exibiam os seus ouriços.
Passeio por Rio de Onor, distrito de Bragança, num momento de confinamento. Os castanheiros exibiam os seus ouriços.
as minhas experiências são inscritas na alma com o vigor dum marinheiro fascinado pelas ondulações da poesia; ou com a têmpera dum renegado que teima em descobrir um epílogo para a sua existência sobressaltada.
Saudade,
Passa a vida apressa a dor
Saudade que levou o toque do
Meu amor
Que oprime o choro
Reprimiu o nosso calor!
Mas por favor,
Algum doutor
Que tenha propriedades curativas
Pois Deus não cura dor ou devolve
O tempo
Que perdemos, por más investidas
Em estradas que percorrermos
E hoje a saudade tornou as bem vivas
Caminhos perdidos
Estradas esburacadas
Por onde não queremos mais passar!
Serão sempre marcadas
E doloridas para sempre
Ficar.
Deu-me o destino a minha parte de desgraça
E libertou-me o grito da garganta
O tempo que em horas mortas me abraça,
Enquanto alheio, doloso e lento passa,
Mais a saudade em mim se agiganta.
a minha poesia intelectualiza o sofrimento com a desenvoltura indispensável ao restauro do vigor: os versos que ela produz lutam pelas diversas formas de amar a vida revogando os seus transes e as suas melancolias.
Tenho tanto por dizer,
O mundo por conhecer,
Uma mulher que desejo tanto amar,
Sair das profundezas e da casca,
Deixar de viver a rasca em vez de um estado abundante,
Quero rugir como um leão,
Sair da solidão,
Dar asas ao meu coração,
Fazer do meu trabalho a minha decoração,
Criar o sonho que é a minha devoção,
Dar luz a minha paixão,
Enxergar o meu propósito,
Receber dezenas de depósitos,
E viver momentos insólitos.
Dou por mim a sonhar com dias de glória ,
A jorrar as veias de ódio .
A cair nos contos de outrura ,
Aprofundar as escuridões que residem dentro de mim ,
A apunhalar todos esses odios ,
Desde amizades as faltas de honestidade ,
Hoje decidi escrever diferente ,
Num estado mais profundo e obscuro ,
A navegar até encontrar o meu porto seguro ,
Por meio de dúvidas e longe de calúnias ,
Há que sobrestiver das mágoas do passado ,
Pegar fogo em cada uma dessas memórias e criar um mundo adorado ,
Do ponto de vista geral (não-individual), a primeira pessoa que surgiu no mundo, foi a que realmente nasceu. A partir da segunda pessoa, até hoje, todas têm renascido.