Quasi
Autor: Mário de Sá-Carneiro on Monday, 26 November 2012Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
O que Me Dói não É
Autor: Fernando Pessoa on Tuesday, 13 November 2012Intervalo
Autor: Fernando Pessoa on Monday, 12 November 2012Quem te disse ao ouvido esse segredo
Que raras deusas têm escutado —
Aquele amor cheio de crença e medo
Que é verdadeiro só se é segredado?...
Quem te disse tão cedo?
Não fui eu, que te não ousei dizê-lo.
Não foi um outro, porque não sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?
Teus Olhos Entristecem
Autor: Fernando Pessoa on Sunday, 11 November 2012Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
novas reflexões poéticas
Autor: António Tê Santos on Monday, 24 November 2025não defendo a chusma que grita com propósitos agitadores; que vitupera os timoneiros com as suas fanfarronadas e aguilhões; que pratica o vandalismo guiada por doutrinas alucinadas; que desinquieta os cidadãos com as suas trapaças usuais.
novas reflexões poéticas
Autor: António Tê Santos on Monday, 24 November 2025redijo os meus versos com clarividência: eles dilucidam as emoções que transporto até à superfície da minha lembrança; eles são a nascente de água cristalina que percorre as sinuosidades da minha vida; eles plantam os degraus que ascendo para vivificar a minha inspiração.
novas reflexões poéticas
Autor: António Tê Santos on Monday, 24 November 2025o meu ressentimento engendra a ironia nos meandros duma catarse que se aprofunda no meu íntimo; que intensifica o seu ardor quando sobrevoa os penhascos mundanos; quando se liberta dos enlaces nocivos.
novas reflexões poéticas
Autor: António Tê Santos on Monday, 24 November 2025o meu vocabulário é burilado pelo desempenho fúlgido da poesia: porque ela transforma o meu comportamento através da sabedoria oriunda dos fundamentos renitentes que delineio; porque ela luta sem trégua contra os ímpetos tenebrosos da perversidade abrangente.
novas reflexões poéticas
Autor: António Tê Santos on Monday, 24 November 2025neutralizo as palavras que brigam e as matérias que subsistem impuras para poder evoluir como um sábio; para poder agregar na alma tudo aquilo que transverto em poesia; para poder difundir os benevolentes sermões que enuncio.