os poros do tempo

absorvem

-dentro da alma

as cintilantes fagulhas

de nossa ampulheta

interior

que filtra toda a areia

da eternidade

sem contudo, esgota-la!

as palavras cruéis que eu ouvi nas funduras dum querer desfeito... nos lugares escarpados onde plantei a solidão... nos temporais gerados pela minha ousadia... no decoro hipócrita que me rodeou... nas agressões severas que me golpearam...

*Solidão*

Talvez este seja meu destino
Crescer e morrer como um lixo
Talvez como algo sem valor
Porque até o lixo tem um valor

Sinto-me cansado com a vida
Sinto-me cansado de ser solitário
Já tentei no álcool me perder
Nas profundezas dos idólatras me afogar e, me amarrar no imediatismo

Mas o mundo é injusto e justo
Justo com os injustos
Injustos com os justos
Julgamos os pobres pelo dinheiro
Mas aplaudimos os riscos pelo desprezo e migalhas lamuriadas que jogam nos pobres

O pecado me afastou

Eu me lembro, de ter saído numa, quinta ou sexta
Procurando saídas para esta miséria
E foi numa sexta que eu ia, ia num caminho sem volta.

Tanto chorei para conseguir uma megalha de pão
E o diabo apareceu, parecendo dá-me a mão
E no entanto não percebi, e comecei gritar, minha cansola mó, irmão.

compreendo a gente que desiste da própria vida feita de assombros persistentes; feita de canseiras promovidas pelos artifícios do mundo que a rodeia; feita do delicado cristal das suas adversidades.

contesto a penumbra em que vivemos quando nos regramos pelo mundo e pelos seus esquifes ambulantes; pelas selvas urbanas e pelos seus assombrados dilemas; pelos rogos inúteis que subsistem na alma das pessoas.

https://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/115688

Espalhe_,se
em mim talvez nos encontramos la pelas tantas
querendo algo similar a luxúria
sabemos o que nos importa é ficarmos juntos
não ligar pra nada que nos atrapalhe
nada neste instante ira fazer nos separar
agora que estamos so nos dois
numa loucura chamada amor.
posso lhe pedir pra ficar aqui pra sempre
sei que não foi fácil
entre varias madrugadas sem sono lhe procurando
o medo de não ter vc era forte me consumia
muitas bebidas muitas drogas
sabe o que me curou foi esta loucura chamada amor

suprimo a dor através dos corolários que vou desdobrando na minha poesia; através do ribombar dos sinos da minha liberdade; através da vibração do pensamento dos sábios na minha inteligência.

Olhar

Quando o olhar ditoso do soldado
Ao front das esperanças lançou sonhos...
Quando a primavera deu mais flores
O inverno mais amores
Quando o céu do bem-querer
Ofertou o colo aconchegante
Convite interessante
Quem se arriscou a caminhar
Pelo fim das guerras, o fim das guerras
O término guerrear!
Não é mais uma quimera
Início de uma nova história de paz
O aguardo do que estava distante
Temos ideia, gente ressuscitou lá atrás!
E quantos mais ressuscitarão,
Logo mais?