O GUARDIÃO DO TEMPLO – HIGINO DA SERRA CRUZ

Higino da Serra Cruz nasceu no Louriçal do Campo em 1945, filho de Tomaz da Cruz e Antónia Ribeiro. O pai trabalhava à jorna em trabalhos agrícolas, com remunerações miseráveis, de sol a sol.

Ele simplesmente muda

reformula o sentido da vida

traz consigo toda a essência

Ele tem beleza

tem belas flores, e capim

Meu jardim tem jasmim

Existem pedras

muitos são os desafios

Caminho sem preocupação

Saboreio as essências da tu'alma

Te amar, me faz tão pleno e feliz

desejos repletos de sentimentos

Ambição não tenho pouco
arde tarde e mais que fogo
Mas atenção, não tenho foco
Olha ali um pombo morto

Desgraçado do pássaro
traçado com roedor
Essa ave, não é grave
é só um rato voador

Contaminador
tanto quanto a minha dor
que é continental
quando devia ser açores

Isolado do mundo
no fundo desolado
encostado no canto
queria tanto ser degolado

Com os pés na terra
e uma asa de cada lado
se um dia eu vou 'pá guerra
eu voo já derrotado

E toda a minha gente
toda ela sente
só lá fora é que vence
cá dentro perde sempre

Ouve bem

E toda a minha gente
toda ela sente
só lá fora é que vence
CÁ DENTRO (bate no peito) perde sempre

Mano, tu bem 'tás, mas
há algodões na sombra
Também tenho fantasmas
"(h)à colhões" que me assombram

Renho e tanta asma
que o pulmão desaponta
Mas um 'ponta' não racha
rasga a defesa e aponta