Diga-me você,
Autor: DiCello Poeta on Friday, 27 July 2018E, se agora, aqui diante de você
diante do seu olhar eu despir a minh'alma
o que você vai fazer comigo
E, se agora, aqui diante de você
diante do seu olhar eu despir a minh'alma
o que você vai fazer comigo
Tenho ciúmes
do chão que pisas
das palavras
que não me dizes
dos carinhos
que não me fazes
dos olhares
que não me diriges
dos caminhos
que percorres sem mim
do tempo
que não tenho contigo
tenho ciúmes
e amo-te
por tudo o que tenho
e não tenho contigo.
Sim, temos que fazer uma meditação
uma profunda reflexão aos valores que estão em alta
moldei a minha têmpera na rocha mais dura da paisagem mais agreste: é o sinal duma evolução em que a poesia avulta na grandeza fulva dum oásis redentor; é a esperança que eu vou conservando na observação exaustiva da minha alma segregada.
Deixar de escrever-te
como posso não te dedicar-te
uma só linha... as palavras
Sem lugar certo
já vi muito deste mundo
estive em lugares
Lá fora, o sol brilha
E eu perdida nesta sala
Mobilada de imobilidade.
Há em mim silêncios,
Memórias de tempestades
Que me fazem perder o rumo
Apenas consigo imaginar o azul do Céu
Minh `alma errante, procura-me
Não sabe que estou encurralada
Estranho-me incessantemente!
No reflexo da água deste rio
Que corre adormecido em mim
Há fantasmas que me limitam
A angústia domina-me
Guiada pela minha própria sombra.
Entre o papel e a caneta
Há um mistério que não sei decifrar
Dança latina
Em forma de poema
Sentimento que baila
De forma sensual
Dentro de um coração
Envolto em paixão
Balança o corpo e a alma
Desperta a imaginação
Selada de emoção
Tango
Dança que acalma
Que atiça
Que inspira
Dança argentina
Mexe com a retina
Encanta, balança
É fantasia
Tango é romântico
É drama passional
Na pista de baile
É belo, sensual
É poesia!
Fecho os olhos e em alta voz
Penetro em sonho azul
Invoco Deus em minha oração
Adormeço débil e sonho que sou forte
Num universo em constelação
Não me despertem, quero viver
Viver sorrindo mesmo que seja em sonho
Morrer de amor e continuar sonhando
Como fazem os poetas
Quero ter pesadelos de otimismo
Deixar passar as horas de melancolia
Neste quarto mobilado de imobilidade
Vejo sombras que de longe me sorriem
São sombras de luz
Sombras amigas de cor azul celeste