Estrelas no coração

Uma estrela cadente

Caiu do teu coração

Pousou nos meus olhos

Em forma de oração

Só quem ama

Tem a capacidade

De entender as estrelas

Elas vivem secretamente

Em almas enamoradas

Pousam ternamente em teu olhar

São estrelas encantadas

Os versos que se leem nas entrelinhas

Fazem ninho e aconchego

Procuram abrigo num mundo inventado

Fantasioso fecundo e trôpego

E a poesia é orvalhada de ternura

A lua é testemunha

Deste amor que ainda perdura!

 

Esperança

Ingrediente indispensável à vida

Um sonho feito de despertares

Um empréstimo que se pede à felicidade

É o sonho do homem acordado

Um alimento da alma

É o desespero superado

Esperança

É a dor em poesia

É a promessa eternamente suspensa

Diante dos olhos que choram

E do coração que padece maresia

Esperança...

Um sonho feito de despertares

Calmante que a natureza concede ao ser humano

Angústia dos instantes de dúvida

Certeza nos momentos de fé

Esperança

Dezembro

O vento espalha as folhas pelo chão

O sol desmaia com frieza

Chegou dezembro

Um manto branco

Cobre a terra, os campos, os vales

As ruas enchem-se de luz

Cor, vida e alegria

Terna mutação da natureza

Onde o amor e a amizade

 se encontram em poesia

O rosto dos transeuntes

Que se deslocam pelas ruas iluminadas

Recebe o beijo frio da estação

Soam cânticos na cúpula

É tempo de lembrar aquele menino

Que sorria nas palhinhas

Iluminado pelo olhar doce de Maria

Compasso do amor

O doce mel

Rodopia por entre os versos

Ao ritmo de uma paixão

Momento delicado de duas almas

Em subtil dedicação.

A poesia faz-se presente

E alinha sentimentos

Em total veneração.

Neste compasso do amor

Há jardins perfumados

Onde chilreiam os pássaros

Em corações apaixonados.

Compasso do amor

Que embriaga corações sensíveis

De carinho galanteador

Incendeia o Brilho do olhar

E a um ritmo cardíaco descompassado

Faz a respiração parar

Chegaste aos 30

Escrevi uns versos para ti, sorrindo

Às tuas 30 alvoradas de março

Mulher madura, mulher menina

Aqui tens o meu abraço!

Mesmo sendo mulher madura

Teu lado de menina não o deixes morrer

Lembra-te que é a força interna

Que nos faz rejuvenescer

Cada fase tem seus encantos, sua magia

E chegar aos 30, é poesia!

Que possas conquistar e desfrutar o mundo

Com o aroma suave das flores

Passar da reta à curva do amor

Pintar o arco iris com todas as cores

Espelhos de cristal, te tornaram deslumbrante

Campo de papoilas

Enquanto meu pensamento vagueia

Percorro os campos descalça

Por entre o vermelho vivo das papoilas

A brisa toca-me e faz-me balançar

Por entre a cor e as flores

Ahh como me sinto poema!

As papoilas vermelhas

Com suas pétalas sedosas e finas

Entrelaçam meu cabelo e dançam

Ao vento nos teus olhos.

Sinto-me feliz como uma criança

Que chora de alegria num jardim

De Flores rubras de amor

Desfolhadas em poesia.

 

Compassos do vento!

 

Supremo encanto no trigal...

Beija-flor

Da janela do meu quarto

Avisto um Beija-flor

A trocar carinhos com a mais linda flor

Tanta ternura e suavidade

Que bela expressão de amor

Farfalha as suas asas

Dança sob a página de vida

Alimentando-se da singela flor

Apaixona-se pelo seu néctar

Enfrenta tudo, não teme a dor

Beija-flor com suas asas

Dança ao som duma suave melodia

Com a sua amada flor

Meu Deus, quanta beleza

Deste voraz conquistador

Ao proteger a flor amada

Com tanta delicadeza

Tanta ternura e amor.

Basta acreditar!

Ele vive e reina dentro de ti

Ele te livra de todo o mal

Ele te conforta e te dá colo

Ele chega de mansinho

Acalma o teu coração

Basta acreditares!

Quando sofres, Ele te revigora

Afável com seu manto

Ele te acarinha e te mima

Ele guarda nas suas mãos

Cada instante da tua vida

Basta acreditares!

O que alimenta a fé

Sustenta a esperança

Renova o amor

A esperança é como um pássaro

Que pousa na alma

Basta acreditares!

Tece nos fios do teu coração este conselho

Arco-íris

O arco-íris da minha alma

Ecoa um grito

Em suaves caricias de cores

No horizonte sente-se o calor

Envolto em gotículas de chuva

Borboletas ajudam a enfeitar o Céu

E se exibem em suas cores cintilantes

A poesia em mim

Necessita ter a imensidão nos olhos

E o arco-íris perfumado na alma

Num voo intenso e destemido da fantasia

Curvo-me para o solo

Em busca da esperança perdida

Mas meus sentimentos

Não rimam em terra húmida

Reconheço a dimensão da luz

Deste universo multicolor

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