Como uma folha ao Vento

 

 

 


 
Não houve um amanhã,

nem nunca haverá.

Eu deixei de existir para você

e você partiu sem se despedir.

Nem sei o que eu fui,

nem o que deixer de ser,

o certo é que fiquei sem te ver

e me deixastes ao anoitecer,

quando ainda esperava por você,

e nas tuas palavras

eu ainda acreditava.

Como uma folha ao vento,

você sem documento,

nada pudestes fazer.

E assim, sem mais nem menos,

sem me dizer ao menos

porque viestes me conhecer,

deixastes uma lacuna

ainda por preencher.

Não sei se devo esquecer

ou se devo permanecer,

com a tua recordação

ainda no meu coração a sofrer,

ou se devo apagar da lembrança

essa triste esperança,

que só me fez perceber,

o quanto é frágil o amanhecer.
 
 
 
 
Débora Benvenuti
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