O Anjo Voou II

Vais embora e deixas-me ficar,

Sozinho neste sitio onde te costumava contemplar.

É obvio que eras a mais impossível missão,

Mas eu gostava de acreditar que chegaria ao teu coração.

Nem deves saber quem sou eu,

Mas eu conheço decore o teu sorriso como se fosse meu.

 

Ver-te na linha final foi como morrer,

Como se metade de mim acabasse de desaparecer.

Tu eras de longe a mais bela e haveria mais em ti,

Eu era o vento que, invisível, corria atrás de ti.

Mas o destino não nos quis e tudo se acabou,

Apenas mais um grande sonho que não se realizou.

E dói tanto imaginar tudo aquilo que poderia ser o nosso presente,

Declarar óbito à tua memória na minha mente.

 

Parte bem…que encontres felicidade e paz,

Que encontres com fartura tudo aquilo que te satisfaz.

Não te esquecerei, mas será duro lembrar-me de ti,

Ver fantasmas do tempo em que andavas por aqui.

Design é aquilo que tu és e que Deus criou,

Os traços mais sublimes que alguma vez alguém desenhou.

 

Se a minha vontade valesse…

 

(07/05/2014 – 21:46)

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Comentários

Mais que um poema, é a voz de um sentimento amargurado num coração desiludido.

Por vezes ao perderms, ganhamos. O tempo sara  feridas abertas e decanta novos horizontes.

 

Gostei do poema,

Um abraço,

João Murty

António Cardoso's picture

Sim, nem sempre se pode ganhar e às vezes para ganhar é preciso perder.

Eu nem sei se posso chamar a isto derrota. É certo que não ganhei mas também não acho que tenha perdido...foi bom poder vê-la enquanto ela passou por cá e ter sentido o que senti, se mais não fosse a esperança, e escrito o que escrevi. Não sei se chegou a ser amor, foi cedo demais para isso, mas foi algo que podia ter vindo a ser amor.
Mas o amanhã trará à face da terra novos anjos, novas experiências, novas visões, novas hipótesses de disparar e acertar...de ganhar!

Um abraço.