Amor

Poemas e orações Autora Maria Carmo Borges Maria Borges

                  Junto à ribeirinha grande

Vive um casal de velhinhos,

Tão felizes, tão contentes,

Vivem cheios de carinhos.

 

De manhã vão para o campo,

Buscar couves para o caldinho,

Depois dão comida ao gado

E vão à adega buscar o vinho.

 

Amor de verão

 

No teu olhar podemos ver

Um infinito amor a crescer,

Onde a luz do sol faz brilhar

O azul do mar do teu olhar.

 

Juntos na praia nos deleitamos

Em carícias e beijos contidos,

Ao som das ondas navegamos

Num amor platónico envolvidos,

E renitentes nos evitamos

Para não causar maiores perigos.

 

Mas o amor é puro veneno

Que nos entorpece a razão

E quando o sentimos em pleno

Damos conta que já passou o verão.

 

Resta-me somente a sensação

Eu te amo

Eu te amo
enfrento fronteiras para te encontrar
perímetros urbanos não hei de calcular
espaço e tempo na memória
a matemática nestas estradas pode faltar

Eu te amo
as piores distancias
nenhum peregrino ousou caminhar
ousadia minha , meu amor por ti
ao mundo revelar

Eu te amo
mas quero sentir
toda a caricia do vento, tua ausência suavizar
no expresso mais pequeno desta nação
distancias animalescas a te reencontrar

Arte de Amar

Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
 
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
 
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
 
(Manuel Bandeira )

O AMOR

VLADIMIR Maiakóvski
 
 O AMOR
 
Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zoo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o enxame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado

TEU OLHAR

O TEU OLHAR
Quando fito o teu olhar,
Duma tristeza fatal,
Dum tao íntimo sonhar,
Penso logo no luar
Bendito de Portugal!
 
O mesmo tom de tristeza,
O mesmo vago sonhar,
Que me traz a alma presa
Ás festas da Natureza
E á doce luz desse olhar!
 
Se algum dia, por meu mal,
A doce luz me faltar
 
Desse teu olhar ideal,
não se esqueça Portugal

O jovem Rupestre

O menino deixou a chinela a mamadeira Deixou o bico o trem Deixou a frauda a moto Deixou o carro e a sorte para o mês que vem Deixou de lado tudo que trasporta e ficou em cadeira de vai e vêm Deixou a sorte para o acaso Deixou suas mãos pintadas na rocha rupestre Deixou cinco dedos na História para contar que não tinha pressa Só não deixou ninguém esperando e foi embora

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