Amor

SUSPIROS AMOROSOS

Escuta! Em nossa alcova da voz o romper
- é o silêncio plácido de quem vai morrer –
A desertar teus lábios num momento apenas;
Escuta! O céu lá fora as tranças desatando,
Em nosso frio telhado o vento tropeçando,
Trovões monstruosos devorando as avenas!

É bom teu seio ouvir durante a tempestade
E crer que serás sempre a minha majestade,
Quando cavalga o raio na nuvem escura.
Eu vejo em teu olhar os prantos luminosos,
A tua alma arder como os sonhos voluptuosos,
Quando num suspirar te falo de ventura.

Meu Vício!

Escrever é um vício
Aos ossos do ofício...
A estadia é tão curta!
E o luar embelezado
No matutino lusco-fusco
De um dia vivenciado...
Dane-se as opiniões!...
Escute o som do vácuo
Atenção ao lugarejo
À que foras designado!
 
Pense agora então,
Pense agora vai, então...
Seja agora! Se não
Serás memória de verão.
De verão, memórias então
Memórias então contarão!
 

Vida

A vida é uma passagem.
A vida é uma história.
A vida é uma vantagem
A vida é transitória...
 
A vida é paisagem.
Que embeleza os campos e mares
Por onde andamos enquanto nos percorrem os anos...
- Por quantos dias?
Ninguém o sabe.
É que à vida tudo cabe...
 
A vida é uma viagem.
A vida é uma lembrança.
(Lembra-te quando criança?)
Quando a vida era esperança

A Dama da Noite (Fragmentos)

Arfando enrugada ela estava.
Anódina de corpo; abatida
Veterana nos cardápios da vida!
Todos os cabelos bem branquinhos.
Era um ser caroável ao desejar algo,
Mas na mesma medida
Raivoso, quando odiava à âmago!
 
Tinha lá as suas crises respiratórias
Eram quatro estações por dia!...
Tinha que se estar preparado!
Para as mudas de rosa, primaveres... 
E para as folhas prostradas do outono
 

Jornal Da Nossa Vida

Um dia, velhinho,
Somente no poder
Da recordação
Lerás um jornalzinho...
Antigo e repleto
De reportagens
De sorrisos
De viagens (à serviço)
De lugares
De pessoas
De palavras diversas!...
 
Verás o quão importante fora
Tudo isso!...
Folhearás suas páginas, com a lembrança
E reviverás deslumbre por deslumbre
De cada uma das suas histórias e momentos...
Bons e ruins

Hoje Sim!

Hoje sim!
Hoje ela passou a tarde
Toda agarrada em mim!...
 
Mesmo ar!
Debaixo dos cobertores
Longe de todas as dores
Mesmo ar!
Sim...
Passou o dia agarrada em mim!
 
Não, eu não estava em mim!
Estava em outra dimensão:
Uma confusão!
(De mim... Dela...)
Eu... Ela... Beijos, olhares
Que ela faz com profissão...
Tudo isso, num colchão

Sou Pai!

Que momento gratífico!
Vejo o meu filho de sangue nos braços.
Encosto nele sem um dia ter o visto antes...
Ele têm uma manchinha na perna esquerda!
A mesma que o meu avô paterno tinha.
Vontade de ter um massagame e dar tudo do bom e do melhor para ele!...
Essa situação financeira me massacra!
Pois quero viver e eu não posso...
Mas sou pai, e um dia vou ser avô.
Nestas folhas, todas mérito do meu mergulho.

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