Ausência
Autor: DiCello Poeta on Wednesday, 5 July 2017Respiro profundamente
ofegante ansiedade
mas algo me falta... é você
Respiro profundamente
ofegante ansiedade
mas algo me falta... é você
Vou cada vez mais fundo
desse meu mundo.
Meu coração não mais se aquece
pois já se esquece
de que pode sentir
sem mentir.
Se esquece que não existe apenas a dor
e que tudo isso não foi culpa do amor.
Me canso de cair
mas tenho que resistir
pois não irei desistir.
Pois quero poder
pela ultima vez ser
capaz de viver
minha vida
sem ser reprimida
foi uma desilusão: dizer pela primeira vez que estou cansado da vida!
foi uma pontada no coração,
Uma coisa indevida!
Desilusão,
Dizer em voz alta,
pela vida que não me faz falta!
Primeira sem intenção!
Vez, como inusitado:
estou apenas zangado!
Cansado,
da história que me foi escolhida:
Vida!
Foi indevida,
Uma desilusão,
Coração:
Escolhida,
Dizer intenção!
Primeira falta:
Vida alta:
Zangado!
Estou cansado:
Inusitado,
Por onde vagas
deixei rastros... vagas lembranças
MULHER
Mulher
é o esplendor da vida perante um altar
e um balanço inconcluso na manhã seguinte,
com um ponto de interrogação a seu lado na cama
Mulher
é a vontade anulada, a satisfação fingida
um batom nos lábios e uma lágrima num verso,
é o lamento engasgado e a palavra engolida...
Mulher
é a floração no colo, no ventre e no chão,
é apagar-se para que os outros tenham luz
e perder-se no escuro sem que lhe dêem a mão...
Por favor, não me toque
estou sensível demais
Ela não te merece.
Estás melhor assim.
Quando te vejo.
É complicado respirar quando te vejo.
O que é automático torna-se manual.
Eu, tanto quanto sou,
Fico estranho.
Mais do que o habitual.
Tu dizias que eu era estranho.
Estranho é bom? Respondi com meio sorriso.
É diferente, disseste tanto quanto eras.
E o pouco que sou, entreguei-te de uma vez,
Olhei-te nos olhos, e num piscar era teu.
Tudo o que alguma vez conquistei,
Tudo o que eu vi, vivi, sofri.
Era o que fosse, mas era teu.
Não quiseste, é triste, mas justo.
Esta noite eu chorei
Vida,
Ponto de partida dos pensamentos mais vãos,
Ergue-te perante mim e Defende-te!
Eis-me aqui tua escrava ostracizada,
Outrora fiel,
Outrora adorada,
Que agora te virou costas,
Que agora cospe em cima das tuas lamúrias.
Ai, essas injúrias,
Façam-na parar!
De ti não aguento nem mais um suspiro,
Pois o ar que respiro teima em não se prolongar.
Desprezo-te a cada dia que passa,
E já é tão grande a minha desgraça que nem sei mais se um dia me vou encontrar.