Desilusão

CIGARRO O ÚLTIMO

Estou vazia sem força
De linhas cosidas na alma
Num silêncio absoluto
Ensurdecedor de palavras
Soltas, perdidas, esquecidas
Escritas que não querem conjugar
Não consigo escrever, o meu corpo
Foi, passou para lá do limite, quem sabe
Fumo talvez o último cigarro de ti
Para nunca mais te voltar a tragar
Inspiração que traz à minha boca
O teu sabor, sabor esse que traz
Ao meu peito um tremor invasivo
De um intenso desejo do teu aroma
Aroma perfumado da tua pele em mim

Saudade

Acabo numa solidão, sem ti eu fico abandonado.

Acabo numa solidão, sem ti eu fico.

Acabo numa solidão, sem ti.

Acabo numa solidão.

Acabo numa saudade.

Recomeço.

Recomeço numa liberdade.

Recomeço numa liberdade, sem ti.

Recomeço numa liberdade, sem ti eu fico.

Recomeço numa liberdade, sem ti eu fico livre.

Sem ti

Quando vês, já mudou,

Quando ouves, já passou.

Quando sentes, já não dói.

Quando queres, acabou.

 

Quantas vezes tem quer ser?

Tantas vezes, eu não queria.

Quando vemos que morrer,

É viver sem alegria.

 

Sentimento de mudança,

Senti medo de partir.

Sem ti cedo à insegurança,

Sofrimento de existir.

 

 

 

 

PADECER NA DOR

Sinto a minha alma a padecer
Pensamento flagelado no corpo
Na tortura imposta a minha alma
De tão irremediável dor a minha
Apossou-se de mim nesta loucura
Agarrada ao meu corpo sem razão
Sinto que o meu corpo padece
Desta dor que grita em silêncio
Ecoa em desespero dentro de mim
Sem ter a esperança desejada
Sinto o meu corpo a padecer
De saudade dos que já partiram
Sem compaixão, sem lágrimas
Sem as lembranças, sem sentimento
Sinto dor, uma dor inexplicável

CANSAÇO

CANSAÇO

 

Nesta tarde, onde os ventos trazem

Somente amargura

Queria descansar nos teus braços

O cansaço desta vida

O cansaço que carrego

E que já não cabe em mim

 

Enfrentar contigo as durezas do dia a dia

Amar-te em verdade e transparência

Nas noites e nos poentes

Sinto os meus sonhos triturados pelo mundo

A luz do dia mostra-me os destroços

Tenho um sem fim de saudades sufocadas

Medos que me afogam aos poucos

 

Dói-me a tua ausência

É SÓ

É só no silêncio
Que oiço o sofrer do meu coração
É só no silêncio
Que a chuva lava o meu lamento
É só no silêncio
Que na minha angústia te sinto
É só no silêncio
Que o vento consola-me
É só no silêncio
Que o sol queima-me a pele
É só no silêncio,
Que a esperança se sente
É só no silêncio
Que as nossas almas se falam
É só no silêncio
Que a saudade deixa marcas
É só no silêncio
Que choro, sofro, rio
É só no silêncio
Que amo, desejo, suspiro por ti.

Derrota

Derrota

 

Diz-me de que me vale este punhado de vitórias,

Se és a minha maior dor.

Se te perdi,

Se me perdi.

Para não mais me encontrar,

Para nada mais encontrar.

Para me apagar. Devagar.

Muito devagar...

Até não mais existir,

Não mais sorrir,

Não mais sofrer.

E desaparecer.

Desaparecer...

PERDIDA

PERDIDA

 

Olho o negro inverno, da minha janela

A natureza pálida, triste, húmida e fria

Árvores despidas de troncos espessos

Caem lágrimas dos meus olhos

Neste nefasto dia chuvoso

Murmuro palavras ao vento

 

Sinto presos nos dedos

Todos os meus medos

 

Sinto a alma nua e tudo a doer por dentro

O coração apertado

Neste tédio que me devora os sentidos

Sinto-me morrer

Nesta saudade de tudo e de nada

O cigarro é o meu vício, o meu ópio

 

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