Fantasia

O penugento

O penugento

Quando leio o que escreveram os grandes poetas
Sinto-me como um pássaro em penugem
Que assiste tantos voos rasantes e majestosos
E enlouquecem no ninho com vontade de voar

Mas a vontade acaba no primeiro pulo ou poema
No primeiro pulo fora do ninho se esborracha no chão
E no chão fica ao alcance de todos os seus predadores
E no chão vê que é impossível um penugento voar

SOU EU

SOU EU  

                      

Venho de negro, … do negro que sou,

Porque de vermelho não vou chegar.

Lancem brancas fitas ao abalar,

Sem me dizerem para onde vou…

 

Para voltar lenta, …mas lentamente,

Perfilhei outra mescla multicor.

No partir, abneguei sangue e amor,

Mas de branco, voltarei livremente.

 

Que o leve tom verde se dilua

Nessa vítrea luz do teu olhar,

Como pureza de cristal em flor,

 

CARNAVALNO PANTANAL

No Pantanal

O peão pega o seu cavalo

No arrepio do por do Sol

E atravessa os corixos e  baías

 Finalmente pega a canoa de um pau só

E aproveita a correnteza desviando 

Do tapete verde de camalote.

E a noite vai chegando de mansinho

Enquanto os clarões da Lua cheia

Incendeia a  amplidão.

E os tamborins despertam com o ronco da cuícas

Na Praça o Arlequim piscaos olhos prá Colombina

Já que o Pierrô saboreia o Tererê debaixo do Flamboyant.

A noite ainda é criança,mas os Blocos começam o Desfile

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