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PALAVRAS RASGADAS – I

PALAVRAS RASGADAS - I

A flecha só morre no pássaro, quando a luz
se apaga e o canto se escreve!
É nessa dor que começa o poema
de palavras rasgadas,
como se a alma quisesse libertar
das suas amarras
as frases contidas no sentimento,
que o momento sente, vive e reproduz
injetando nelas o ar para respirar.
Soltas e desenfreadas
fluem livremente à velocidade
que a mente prescreve,
divagando na inspiração!
São como o cântico das cigarras,
livre e selvagem, ressoando
quando o dia perde a luz.

Ao Contrário

Aqui é o fim.

Que bom que consegui chegar até aqui;

Um ar puro, que provoca risos no meu pulmão.

Respiro…

Fico extasiado com a beleza!

Observo,

Veja só!

Daqui de cima, até o horizonte é mais seguro.

Que incrível…

Estou pasmo!

Como é lindo!

 

Acho que não vou suportar…

Minhas pernas se recusam a me obedecer!

Vou desabafar!

Para quê tudo isso?

Eu não preciso de tanto!

Cheguei no meio do caminho.

 

Venho andando há dias…

Acho que não vale a pena,

Anatomia Poética - Os Rins

És intrigante…

Recebes todas as injúrias,

Jogam em ti todas as sujeiras

E tu as suporta com naturalidade

E ainda consegues vazar a pureza!

 

Que coisa terrível é quando te zangas!

E quando adoeces e já não podes trabalhar, que calamidade!

Se bem que nem sei se trabalhas…

É apenas o teu jeito de ser;

Árduo, valente e tolerante.

Anatomia Poética - O Pulmão

Rochedo tremendo!

De tanto ar que te infla e te faz imponente

Tornaste o escudo perfeito para a frágil fonte da vida.

E é o que te faz orgulhoso:

Saber que guardas a vida!

 

Teu eterno esforço de reter o ar

Que te foge, posto que é etéreo

Fez-te forte. E tanto que te partiste ao meio

Para melhor suportar a responsabilidade;

E grande, visto que és o maioral entre os seus.

Anatomia Poética - O Coração

És o princípio, a gênese,

A frágil fonte da vida

Que nasce e jorra de ti a cada segundo.

Frágil sim, tanto que precisas ser bem guardado

Singelo, sensível…

 

 

Ah, sim! Sensível!

Tudo te afeta. Só tu amas,

Só tu sofres; só tu sentes.

E quando queres – e tens a mania de querer muito!

Não há força no mundo capaz de impedir-te.

Anatomia Poética - O Cérebro

Dono da minha razão,

Caixa forte dos meus tesouros.

Imenso – Pra quê? Só consigo usar um pedacinho…

Diplomata entre o meu querer, o meu poder e o meu precisar.

Tens o privilégio da fantasia;

 

És misterioso! Ninguém é capaz de conhecer teus segredos

E, por mais que queiras, és incapaz de aprender o mundo inteiro

O que é tua frustração, pois nasceste para saber tudo,

Para controlar tudo

E ser dominado apenas pelas minhas emoções.

SAÚDE

Meus órgãos protestam em passeata,

Reivindicam alimentação mais saudável,

O que como excita a digestão inflamável

E os intestinos roncam nada diplomatas.

 

Diariamente mastigo overdose de frituras,

Meu organismo consome muita gordura,

Dieta irregular que me percorre em viaturas

Elevando taxas que não me são miniaturas.

 

Comer é bom, mas exige apurada educação,

O sangue reclama quando chega ao coração

Tamanho o índice de açúcar que o envolve...

 

É imprescindível o controle quanto ao sal,

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