Geral

PEREGRINO

Sou um transeunte da vida,

Pululo por estradas de fantasia,

Seduzem-me os adornos das vias

Que me engajam nas áureas lidas,

Pois cada passo é meteoro de ouro.

 

O compasso da existência é breve,

No espaço da sobrevivência o tempo

Constrói ilusões e soterra vaidades

Mostrando que no cérebro humano

A terra seca sepulta anseios e vontades.

 

Há um istmo que me liga ao metafísico,

É uma frincha onde o pensar dormita,

Muitas vezes faminto, preso numa cripta

LOS SUEÑOS

Los sueños han zambullido en alto mar,

Ahora van navegar en aguas profundas,

Pero ellos no saben nadar,

Ciertamente se habrán muerto ahogados.

 

Yo tengo que los salvar

Entonces me voy zambullir también,

Igualmente no sé nadar

Y nos moriremos juntos...

 

La vida no puede quedarse sin sueños,

El mundo estará huérfano,

Inmenso desierto cubrirá las personas

Y todo será vacío.

 

El sueño es la esperanza de un nuevo día,

Lo imposible se convierte en realidad,

Oração

hoje
caminho sobre os meus medos
 
hoje
caminho sobre as minhas dúvidas
e vou na direcção da luz
 
deixo o passado lá atrás
e atravesso a tempestade presente
 
mantenho-me forte
e sigo rumo ao desconhecido
 
através dos olhos de Deus
e pelas mãos dos anjos
eu procuro-te
 
para me encontrar

O Espírito

dança à chuva
das lágrimas que jamais
vais poder suster.
 
tira da terra
os nutrientes para o teu
eu interior.
 
acende uma chama
para que possas ver o caminho.
 
sente o vento
para desfrutares da liberdade da vida.
 
para que possas conhecer o espírito
“vive” os elementos e vive a vida em harmonia.
 
conheces o espírito?

Por ai

Por ai

 

Por ai sonhando sonhos improváveis, apaixonado por mulheres incríveis

Por ai bolando planos infalíveis para o futuro, e gostando mais de sexo

Por ai procurando túneis, quem sabe algum tenha luz no final

Por ai olhando a espectrografia das coisas inconstantes ao redor

Por ai desinteressando das coisas "politicamente" corretas

Por ai, sem querer, sem poder, sem ter nada que não esteja

Por ai

 

Charles Silva

Veneno

a ideia escorre
lentamente
 
fruto do corte profundo
 
escorrem também
palavras que escrevo
 
que outrora escrevi
 
escorrem e
invadem a noite
 
aperto a ferida
 
os anticorpos
expulsam o veneno
 
volto a acreditar
na doçura das palavras
 
volto a escrever
 

O tempo

O certo é que nada na nossa vida se repete
O tempo é agora  e a oportunidade de o viver
Agora que falamos dele é já passado recente
e no passado ficou a hipotese de o escolher.
Viver no tempo agora ou deixa-lo partir
e adiar a vida para depois no amanha viver
perder o tempo ido esperando o que há-de vir
e querer recuperar o tempo perdido e já não ser!

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