Geral

há dias assim

. . . e o de hoje foi um deles.
Não sei como me sinto, nem o que sinto.
Talvez um vazio frio.
Olho a rua lá fora, fria, vazia, desprovida de sentido . . . e olho o nada.
Por vezes gostava de voltar atrás, bem atrás, muito atrás, ao início.
Hoje somente sei que sinto, mas não o sei definir, só o sei sentir.
E quero permanecer aqui, assim, só.

sem nome

Por entre a brisa, de uma manhã húmida, vozes de desespero ecoam nos céus da esperança, ao raiar um novo dia. Cisnes brancos banham-se nas lágrimas vertidas pelo homem, em prol da sua felicidade. O vento sopra, por entre gotas de água, e as sublimes árvores deixam andar ao sabor do vento suas copas.
 

É Inverno

É Inverno

Lá fora é inverno, mas num cantinho aqui de casa começou um verão
Há quantos invernos lá fora? Aqui em casa, num cantinho, tem um verão
É um pequeno verão ensolarado, mesmo com um inverno lá fora, ele insiste
Num cantinho aqui de casa FAZ CALOR, mesmo com um inverno lá fora
No resto da casa é inverno, na rua é inverno, no hemisfério sul é inverno
Mas tem um pedacinho de verão escondido aqui em casa
Num cantinho daqui é verão, lá fora é inverno

ritual

Naquela tarde segui, embriagado, rumo ao esquecimento. E esqueci-me do mundo lá fora. O ruído era intenso. O medo era grande. Mas o meu mundo privado parou, por uns momentos, no mesmo lugar, naquele lugar onde, um dia, resolvi seguir os rituais da natureza...
 

Desnascer

Como me cansa o cansaço
de estar cansado apenas;
Este abraço que te aperta
e não quer que gemas.

O mundo está perdido,
gemebundo e desiludido;
está afectado
pelo bom grado profundo
daqueles que se deixam afectar por tudo.
Afeta-me o sono das sociedades
e deixo-me, como eles, dormitar...
Estou ciente, mas demasiado cansado
para me fazer presente
e influenciar.

Deixo que me influenciem;
não sou mais que ninguém,
neste nada em que todos são um tudo mais que alguém.

amo-te

Na colina sobranceira de tua casa, aí me encontro. Eu, o vento, que geme na negra noite. Mesmo junto a ti, tu não me vês, e é onde passo o dia-a-dia. Esse teu trágico olhar, a olhar-me e sem me ver. Ai quem me dera ser como tu, para me poderes ver, e para te poder murmurar a mais suave das palavras, "AMO-TE".

esperança

Rodeado apenas pelo vento, vagueava pelas ruas da cidade. Em ambos os meus ouvidos permanecia a tua voz bradando convictamente sem cessar a palavra " NÃO ".
Uma imagem da tua sensual face, distorcida pelo tempo, iluminava o meu espírito que no seu mais íntimo ainda possuí uma débil esperança.

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