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QUEM QUIZER ENTENDER QUE ENTENDA II

Tuas palavras são areia onde planto o meu deserto

E onde brota de seu chão minha estrutura mais concreta

E no final de tua cantiga aveludada e tão discreta

É que se acaba o meu valsar mais comedido e tão mais certo

 

Nas linhas de tua mão é que se prende o meu futuro

E somente quando as fecha é que conheço o nosso mundo

Entre centelhas de esperança e um desejo tão profundo

O que eu vejo é paisagem em um alto e firme muro

 

Quem me dera senhorita me fizesse aqui ser claro

sem regresso aqui

AGORA
que partis-te a explorar o deserto e eu fiquei só
AGORA
que partis-te em procura do rapaz de preto
Sento-me
neste quarto
onde só
me restam paredes,
e oiço o tráfego
lá fora
O teu fantasma
imagem de um outro tempo
persegue-me por todos os lados
Deixa-me num sono profundo
Deixa-me
para poder escrever poesia
e libertar as pessoas dos seus limites
Já agora

Ninguém Chora da Prisão

Ninguém Chora da Prisão

Um dia eu tive amigos, um dia eu fui criança feliz indo pra escola. Minha professora era linda. Houve um tempo que eu lia livros e tinha carteira de identidade. Lembro que tinha uma casa onde eu morava, meus irmãos sorriam pra mim e falavam comigo. Eu era eu num tempo atrás, mas veio um tempo de desespero, um tempo de descobertas, um tempo de más companhias. Hoje eu não sou ninguém, ninguém me vê, ninguém sabe de mim, ninguém me manda cartas, ninguém pergunta o meu nome, ninguém quer saber por que eu estou aqui.

tempo

Fim de tarde
um dia ido
A cascata do tempo não pára
desfile
lento desfile de uma vida apressada.
A noite cai lá fora
na mesa,
no meio da quieta agitação dos livros
a escuridão é ainda maior.
Silencioso
entrego-me ao “saber “
Respiro o desespero
Ambiciono parar o tempo
e partir
para lado algum
Deixo-me vaguear
por entre a escuridão

A VALSA DAS FLORES III – E SE VALSA A NATUREZA

O vento dança alegremente como dança a luz solar
Pelos veios dessa terra pelas ondas desse mar
Onde haja alguma flor que saiba bem como valsar
Espalhando o seu perfume pelo vento e pelo ar
 
Cada passo se bem dado deixa marcas nesse chão
E reflete em toda vida a nobre luz de sua paixão
Conseguindo um novo aroma que embriaga ao coração
E que se perde nas batidas dessa mais nova canção
 
É que na valsa das flores
O sol sempre há de brilhar

um dia

De manhã é sempre abrir.
Não, tu não podes
chegar atrasado,
ao lugar onde te chateias,
estás encharcado em Gin.
e agora não sabes
realmente não sabes
que fazer,
mas, é o motivo
pelo qual ganhas dinheiro.
Tu bebes, fumas, danças
mas o que será de ti
quando esta noite acabar
continuarás aí sentado
bebendo
fumando
deprimido
talvez, só esperando

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