Geral

A Mulher de cada sonho

A Mulher de cada sonho

 

Há uma mulher em cada sonho, ou

Cada sonho é uma mulher que sonha

Ando sonhando com uma mulher

Eu nem vejo novelas, só leio livros

Mas elas estão lá em cada história

Em cada história há uma mulher, e

Elas insistem em entrar no meu sonho

Então com licença, vou dormir

 

Charles Silva

Mãos que Falam

Mãos que Falam

 

Às vezes uma fotografia me empolga, uma velha música, um banho frio na madrugada. Não tenciono escrever nada, nem ser um mero impressor de palavras e emoções. Essas coisas me procuram naturalmente, e talvez eu tenha sido escolhido numa eleição que eu não participei. Minha alma tem planos que eu mesmo desconheço. Mas eu não luto contra as emoções que me rodeiam. Sei que elas apenas querem ser escritas, então as minhas mãos falam por mim.

 

Charles Silva

 

Entardecer

Entardecer

 

Gosto de umas conversas com o mar ao entardecer.

O mar é seletivo, não fala com todo mundo

Tens que encontrar-se em um momento de alma pura

A conversa não é contigo, é entre o mar e tua alma

A meditação frente ao mar no entardecer possibilita o diálogo

A consciência mundana apenas observa como mero espectador

A conversa é entre tua alma e o mar, ao entardecer

 

Charles Silva

mar

Recostado na areia
Oiço notas de uma composição musical
O mar agreste acaricia as rochas
. . . nuas de sentimento
A gaivota plana no tempo
Tempo de outrora
Silencio moribundo numa noite de . . .
E se o mar chorasse?

ABSTRATO

Descobrir-te
na pluralidade,
uma sucinta definição do meu eu,
atreladas com perfeição
um consentimento,
meu âmago a lidar
entretecendo em minha alma,
volver-se, o passado,
o vigente,
ou a contemporaneidade,
às vezes tão absorto da realidade,
manifestando o senso,
abduzido de sensações
difundindo a existência,
assinalando, com efeito,
um indício de um alguém

Oração pelos Meninos da África

Oh, Deus! Proteja os Meninos da África!
Sei, o senhor já ampara tantos meninos
Pelo mundo!
Mas proteja esses Meninos!
Os Meninos da África!
Quando nascem já estão sós,
Como pequenas estrelas perdidas na escuridão.
A miséria, senhora dessas terras,
Inimiga das famílias africanas,
Diverte-se sobre um palco de medo e dor
Os Meninos da África nascem sobre a terra
Machucada por guerras sem fim.
Oh! Homens cruéis que roubaram a beleza
Da África!
Cenário de Príncipes e princesas.

Gloriosa Pátria Minha Língua

Gloriosa Pátria minha língua,

Que da glória é bem falada e mal vivida.

Minha dor, minha pele, minha saudade,

Minha flor, meu rancor…e piedade.

 

Lusitânia das estrelas despojada

Em gral fecundo vaso anunciado.

Liberdade em cidades desbravada,

Idioma pelo mundo semeado.

 

Oh Gloriosa Pátria minha língua!

Diáspora abstracta fecundosa

De mundos e virtudes valerosa.

Sê minha, sê tua, universal,

Língua Mãe,

Sonho Pai,

De Portugal!

Cadeirante menino

Lá vem!
O cadeirante menino,

Com sua luneta lunar.
Fazendo curvas
Na triste vida dos homens,
Rasgando risadas de estrelas pelo ar.

Suas pernas estão paralisadas;
Mas, em suas veias corre o sangue límpido de Deus.

Velejará por mares infinitos...
Por entre cânticos sublimes de um lindo apogeu.

Não se curva, não fracassa,
Sua vida é um milagre;

Tem na alma a agilidade de uma fragata.
Sabe, portanto, sua missão:

Pages