Fixo no longe
o olhar;
Querendo conquistar,
hoje,
o que longe
se parece escapar.
Como um pinheiro que passa
enquanto nós passamos.
Como um túnel que ameaça
a ligação com os que amamos.
Esse desejo passa,
mas eu, com uma mordaça,
não lhe consigo falar.
Desisto, calo e olho-o passar.
É então que na mão me surge uma faca.
Oh, poderosa!
A alma que pensava fraca
vira corajosa.
Ô rapaz, e eu nem sabia.
Eu abro a minha caixa de entrada do Outlook e olha o que eu encontro. Eu estou sendo traído e não sabia. É o que diz o título do e-mail. Engraçado é que eu não sabia nem que eu era casado. Mas tudo bem, Jesus também foi traído e perdoou, quem sou eu pra negar um perdão. Só não sei a quem devo perdoar, e a essa altura do campeonato, melhor eu nem saber. E se alguém perguntar eu respondo, ô rapaz, e eu nem sabia.
Charles Silva
A língua alheia
Meu olhar é de bandido pilantra
Meu nariz é delinqüente juvenil
Meus ouvidos traficam sons alheios
Minha boca lidera rebeliões
Minhas mãos ...
Vamos parar por ai
E a minha língua se diverte com a língua alheia
Charles Silva
Anti Imagem
Sei que vou morrer
E não quero pedir perdão de nada
Só não tem quem me faça
Rezar de joelhos pra uma estátua
Charles Silva
Versos Molhados
Penso em versos, mas só declaro prosas
Sinto-me imerso, mas não num mar de rosas
Declamo poesias onde ninguém possa ouvir
Nelas há versos úmidos com lágrimas, mas
Molhados pelo orvalho desta madrugada
Charles Silva
A ver Navios
Estou na beira do cais a ver navios. Deve ser a vontade de partir que me traz aqui. Acho que não posso mais esperar, devo eu mesmo construir o meu próprio navio, e não mais viver a beira de um cais, a ver navios.
Charles Silva
19-04 -2012 - 11,27 HS
19-04-2012 - 11,11 hs
