Geral

Silenciosamente

Silenciosamente

 

Quando as palavras se ausentam, quando não querem ser escritas nem pronunciadas, o silêncio entra em agonia procurando as palavras para detê-lo. O silêncio não sabe pronunciar sua angústia, mas interpreta dores. Quando o mundo sonoro nega sua própria existência, em sua amplitude espacial, o silêncio por ser magnífico, silenciosamente chora.

 

Charles Silva

 

Momentaneamente...

E de repente

O meu mundo desaba

E num segundo

A esperança acaba,

Num só momento...

 

Não sei explicar

Não sei descrever

Não sei…

 

Num pequeno segundo

Misturo passado e presente

Numa pulsação

Entro em modo decadente,

Sem dar conta...

 

Assim como veio,

Acabou de passar,

Voltará?

 

Agradecimento

Queria saber agradecer-te

Saber dizer o bem que me fizeste

Mostrar-te o meu novo eu

Ensinar-te  o que aprendi contigo

Esperarmos juntas um futuro melhor.

 

Queria entender mais de ti

Ter a oportunidade de te fazer feliz

Mostrar-te que podiamos resultar

Que o meu desejo, enfim, ia realizar-se

Sonhar o futuro contigo.

 

Queria ter tido essa oportunidade

Mas, apesar de tudo, não tive;

Tive a tua amizade e a tua esperança,

A tua sabedoria e a oportunidade da tua companhia

Amanhece

As meninas voltam para suas casas
Umas estão bêbadas
Outras não.
Umas estão cansadas cansadas
Outras não...

As crianças acordam e já se arrumam para brincar no parque
Os velhos fazem suas orações e arrumam a casa
Os casais dormem.

As crianças e os velhos tomam café da manhã.
As meninas descansam e só mais tarde acordam.
A viúva prepara a casa.

De noite

É de noite.
As garotas saem de casa.
Umas vão namorar
Outras vão ao bar com os amigos
Outras vão dançar.

Risos e passos dominam a noite de sexta-feira.
O barulho dos saltos pelas ruas
Os risos da turma de amigos
As estrelas protegendo as pessoas...

É de noite...

As crianças escovam os dentes e rezam,
Os velhos se preparam para dormir,
As viúvas choram de saudade,
Os casais fazem amor.

A lua aparece
As luzes do poste se acende
As estrelas brilham em alguns pontos.

É de noite...

é este chão que piso...

Já a tarde vai madura
já o sol afrouxou
cantam os pássaros com ternura
e a vida serenou
percorro a estrada do viver
palavras semeio ao vento
a saudade me veio ver
lá vem de novo lamento!
hoje ignoro minha descida
esqueço até a encruzilhada
amanhã se me achar perdida?
nem me darei por achada.

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