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ESTRADA DESERTA

Viajo na estrada deserta

Onde o silêncio grita

E o vento fustiga

No meio do nada.

Não sei o rumo, nem destino

Viajo simplesmente

Na estrada deserta

Onde as nuvens negras

E a chuva constante

São os únicos companheiros de viagem

Que me acompanham

Nessa estrada deserta.

Porém…

Olinda

Tu és  bela

Tu és formosa

É linda ate de falar

Ainda posso ouvir os cantos dos pássaros

E o som de teu mar.

 

Mas não te reconheço

No que vejo.

 

Perdendo o berço

De teus encantos 

De sua beleza

E sua flor.

 

Por te acharem linda

Mas não terem amor.

 

Pois te digo que te quero no alto

Por orgulho e amor.

 

Pois de teus altos, te reconheço

E vejo toda magia ao teu redor

 

E assim enalteço.

Que não conheço ainda

INCOMPATIBILIDADE

Você não me assanha,

Você não me arranha,

Você não me apanha,

Com as calças na mão.

 

Você não me provoca,

Você não me toca,

Você não me coloca,

Com aquela excitação.

 

Você não me induz,

Você não me conduz,

Você não me seduz,

Nem mesmo em jejum.

 

Você não me entende,

Você não me suspende,

Você não me acende,

De jeito nenhum.

Amor muda?

Amor muda?

 

Ter você ao meu lado basta de bastante.

Bate, bebe, cala com coragem o coração.

Acalma a alma e entorpece a fala.

Circunda-me de flores, de pássaros, de cirandas.

 

Passado, presente de uma vida consumada.

Vida existente, atraente pela recompensa do amor.

Vida cara, amor raro!

 

Amado o que queres que te diga se amor não fala?

Sei que eu te amo,

Que foi também o que amei,

O que já não é mais o que é, porque amor muda.

Amor muda?

 

E eu viageiro de mim

E eu viageiro de mim…

Tenho pressa de não ter distâncias,
de me encontrar frequentemente
no remanso da minha mansidão.

A espontaneidade é que me guia
pelo imprevisto dos caminhos
rumo a uma qualquer direcção…

No tempo
no espaço
que traço
num frenesim,
cá dentro
no pensamento
num encalço
fora de mim.

Por sendas e veredas me comovo
num espanto de vida e de magia,
neste bem querer, de navegar…

À DERIVA

Ó vento que insistes

Em soprar em turbilhão

Não leves nas tuas asas

A essência da razão.

 

Ó chuva impiedosa

Que alagas a nossa calma

Não arrastes nas tuas águas

A génese da nossa alma.

 

Ó mar imenso, imponente!

De vagas tão grandiosas

Agradeço

Agradeço

 

Agradeço tua passagem em minha vida

Agradeço pelos muito bons momentos de risos

Agradeço pelos momentos ruins, pelas brigas

Agradeço pelo ciúme, pelos palavrões ditos

Agradeço por teres me traído só pra humilhar

Agradeço por ter te traído também

Agradeço por teres saído da minha vida

Agradeço por agora andar em paz, sozinho

 

Charles Silva

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