QUE ELE CRESÇA
Autor: WILLIAM VICENTE... on Friday, 24 May 2013
QUE ELE CRESÇA
De: William Vicente Borges
Não existe glória
Quando tudo o que se faz
É obra de servo inútil.
Que ele cresça e eu diminua.
QUE ELE CRESÇA
De: William Vicente Borges
Não existe glória
Quando tudo o que se faz
É obra de servo inútil.
Que ele cresça e eu diminua.
Preciso de um martelo
Para se forjar um ferro.
Para se ter um martelo
É preciso antes forjar o ferro.
Para se fazer um martelo,
É preciso outro martelo.
Quero fazer um círculo,
Tenho essa ideia.
A ideia de circulo não é o circulo
É apenas uma ideia de circulo.
É ideia.
Círculo é redondo, com centro circular.
Ideia é isso que acabei de falar.
Preciso de amor.
O amor não é o que eu idealizo.
O amor é amor,
QUANDO ESCREVO
Quando escrevo, canto os meus mistérios
Acaricio os meus pecados
Beatifico os sonhos desperdiçados
E retifico os equívocos mais sinceros
Escrevo para levar a beleza ao sofrimento
Para comover o ódio
Para desentender o óbvio
Para fazer o silencio rir do lamento
Escrevo para acordar a dúvida
Para abençoar os céticos
Para priorizar os ecléticos
Para suavizar minha dívida
Quando escrevo, liberto os olhares
O agora não é mais nada,
foi tudo que foi para ser,
contudo, se põe de cada,
tudo que se pode ter.
O agora só pode ser
o tudo que vem do nada,
outrora se pôde ter,
o que é inteiro, em cada.
Metade do que se queira ter,
é tudo em frente do nada,
só o inteiro pode ser
a luta de cada em cada.
SÓ SEI
DE COPIAR
O MUNDO
E DE ME AGASTAR
A LER
O AMOR
É ETERNO
TUDO SEI
E DE TUDO LI
E SOU INVENÇÃO
ATÉ
UM POUCO
Você é o engulho que me dá
quando passo pelo mar.
Você é o engasgar que me acomete
quando como apressado.
Você é o tropeção que me surpreende
quando ando sem cuidado.
Você é a topada no pé que me dói
quando esqueço de olhar para baixo.
Você é a mosca na sopa que cai
quando estou a saboreá-la.
Você é a quimera das dores
que se esgarça
por entre as minhas pernas
no meu pênis.
Você é o meu chafurdar na lama
de porcos doentes no quintal.
Você é a fábula de nomes
O amor se dobra para não romper,
Preenche espaços para não perecer.
Quem ama sabe o que realmente quer,
E por este amor, renova-se, até.
Desfazem-se conceitos,
Admitem-se mudançãs,
Procura-se um consenso,
Uma lógica semelhança.
Não se ama o adverso,
Nem se gosta do oposto,
Duas pessoas, um universo,
Para o amor é um pressuposto.
Então eu me coloco,
Diante de você,
Mostrando-lhe como sou,
Para que venha me entender.
Só esta bela absorção,
Direito público,
Direito privado,
Não tenho direito,
De ficar acordado.
Quando o sono é imenso,
Minha boca só abre,
Os meus olhos se fecham,
E o Direito nem sabe.
Penso apenas na cama,
No lençol branco, no cobertor,
E fico queimando as pestanas,
Para enxergar o professor.
E as horas vão passando,
E o relógio até parou,
Suportarei até quando?
Acaba essa aula, professor !!!