Geral

Paro pra vida

 

Eu paro na faixa.

Não sou homicida,

Sei o que é respeito

Eu dou preferencia á vida.

Eu paro na faixa.

Não sou matricida,

Reconheço a vez dos outros

Eu amo a vida!

Eu paro na faixa.

Deixo o trabalho passar,

A escola chegar

Eu não sou infanticida.

Eu preciso da vida.

Eu paro na faixa.

Espero quantos minutos forem...

Para que a vida siga: Perfumada,

Uniformizada, amada,

 Eternamente apaixonada.

El punto final

(TRAD. DE JOSÉ DE SILES)

Pedisteme un soneto delicado,
exquisito, gentil, galanteador,
hecho con versos de oro, y cincelado
con rima de finissima labor.

Ahora bien, yo confieso mi pecado;
nunca tuve afición de trovador,
y detesto al poeta almibarado
que en albums habla de banal amor.

Cedo, no obstante. Pero, no te azores
si pretendo de ti que colabores,
y que en premio al trabajo que rehuyo,

Consummatum est!

Amei-a muito, é certo. Amei-a com o louco
E desvairado amor d'alguem que nunca amou.
Por isso que a amei tanto é que a amei por tão pouco.

--Escusa de insistir. O meu amor findou.

Como um perfume leve que pelo ar se expande,
Assim esta paixão ardente se evolou.
Já nada resta agora d'esse amor tão grande.

--Escusa de insistir. O meu amor findou.

Hontem, ao lêr o meu bilhete quasi em branco,
Laconico e conciso, dizem que chorou,
Talvez fosse cruel, mas creia que fui franco.

Dolorosa

Deitada sobre o esquife funerario
E vista á chamma trémula dos cirios,
Tinha a alvura das hostias do sacrario
E a pallidez suavissima dos lirios.

No seu rosto gentil e sorridente
Havia a languidez da pomba mansa.
Parecia dormir serenamente,
Immersa em vagos sonhos de creança.

Annos passaram desde que morreu;
Comtudo vibra intensa no meu ser,
A sensação do beijo que me deu
Poucos momentos antes de morrer.

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