Geral

Coleção de anos

As moedas do meu pai
são pratas, tempo e poesia
pai para todas as horas
tempo barato, confortável
poesia eterna que não se publica mais !

As moedas do meu pai são prata
equivalente ao ouro
o tempo não era tolo
o sorriso valoroso
com poucas moedas ou mais

As moedas eram troco
amor permanente
coleção de anos
estampados aos poucos
hoje peço a Deus o pão
o esforço, tentando colecionar novas datas,
para não ficar louco.

Vislumbre

Os doces proliferam a loucura do açúcar da vida
como o deserto e o mar têm um pouco de sal e caos
nem sempre estamos nos despedindo
mas vivemos amofinados em nós
quem me dera a soltura dos meus ais
em um espaço silencioso do universo
sufocando uma multidão de apelos
eu quero o verde da jujuba
depois todas as cores com açúcar
chega do sal da vida!
Menos tristezas atuais
eu queria ser um guerreiro com uma arma especial
aliás, eu queria ser a própria espada, forjada de metal frio
de mensagem penetrante

Sempre alerta

Sempre alerta

Como escoteiro, a caminhar
filho que aprendeu boas maneiras
mas o tempo ficou antiquado
e passa...
mas como pai não conseguiu essas maneiras, fixar

Geração Z.
tem como pais,
novos personagens
teleguiados, querendo doutrinar.
Segundo os Zs, o tempo que foi da roda quadrada já foi:
hoje tem pouca utilidade para na nova estrada rodar

Quem não está alerta
nem sempre acerta
a didática prática da escola da vida
que alerta de perigos no caminhar

Titulo para o leitor designar

Eu nem sei o que tem nesse juízo pequeno
O que significa este aceno imperfeito?
A conta é impessoal
viajar pelo lado fúnebre do pensamento
um acerto na dose mais promissora
do triste contentamento
esse mundo se tornou
um drive-thru, que atende
sem mistérios, as desnecessidades
mais profundas
basta dar o Play de qualquer aparelho
só não esqueça o movimento
dias de luzes ou de sensações atômicas
desisti de entalhar minha cara-metade
sei inclusive que é errado reproduzir imagens.

Restinho de mim

O restinho de mim
resolveu ser uma pluma diminuta
decidiu ser conduzido por um vento continuo
para observar tudo pelo alto
atrevido pela sorte, a vaguear
Imaginou a perspicácia e a obediência dos anjos
para observar tudo pelo alto
anjos de velocidade alterada
me disseram uma vez que anjos
gostariam de ser humanos
desconfio que não!
Anjos são indissolúveis
astros blindados
eu, restinho, nem sempre
interessante
meu DNA tem erros ancestrais
Jovens lágrimas

Quem ama

Quem ama, não dizima
as peraltices, o sorriso
as crianças,
elas adubam o tempo de boa
esperança
a roda gigante da vida anima

Eu escrevo trocadilhos
a qualquer tempo
onde a bonança pede carona
uma desconhecida
na estrada dos sonhos

Quem ama não caminha
sem desafios, percorre até o fim
toma remédio ruim
a cura não abandona

Eu percebo a mesma cultura
entre homens imaginários
Heróis imperfeitos
para salvarem o amor

Matemático

Joelhos transtornados
do caminho por onde se engana
onde os durões e sacanas impedem o caminhar!
perdidos sem um plano de fuga
mas, amor, programe o drone
para me encontrar

Modo volátil em escolher
estrelas
mundo que tem um texto astuto,
matemático que desconhece os santos
Com muitos programas absurdos
a muitos trapacear

Vamos fazer sinais de fumaça
que a via-sacra do bem vai enxergar
- Amigo, tenha paciência, seja resiliente,
para a vida, não passar

Dor

Como filho, eu digo a vida muito ruim:
deixa eu possuir
meu anestésico diário
mas a minha dor
oh, vida, que
seja compassível!
Terei que encontrar uma sugestão profética
para os dias que necessitam de luz, abrigo

Não quero a brevidade, nem o sintético amor
queria ter diariamente a mesma notícia
ter esperança, de fatos empolgantes

Mas dor, deliram até meus dentes
e sozinho me identifico entre paredes em chamas
logo eu, que admiro os bombeiros
mas a melancolia , pertenço

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