Geral

Não te Preocupes

Não te preocupes com meu silêncio.

Por mais profundo e extenso que seja,

Não é nocivo,

Nem é ingênuo,

Nem, ao menos, vago e alheio.

 

Não te preocupes com meus olhos fechados.

Voltarei a abri-los.

Mas, por ora, deixe-me ignorar

Para descobrir

E recobrar o fôlego.

 

Não te preocupes com meus suspiros.

Nem sempre irritados,

Nem sempre sonhadores…

Às vezes, apenas inspirações presas há muito

Libertando-se, em suspense.

 

Deixa-me vagar.

Belo

Belo é pétala,

É pele.

Invólucro, adorno

Da essência, em torno

Da substância.

 

Belo é rótulo,

Propaganda; marca

O imaginário; disfarce…

 

Belo é efêmero,

É temporário.

Perece; como água

Escoa, deságua

No nada.

 

Belo é virtude,

É verdade.

É dom, é privilégio,

É diferencial.

 

Belo é uma vista;

Um instante de encanto.

Um truque de mágica,

Feitiçaria, névoa

Que não se apega a nada

E desaparece quando se toca.

Dorme

Dorme!

Descansa seus olhos, seu corpo;

Agite seu espírito.

Deixei-o brincar, bagunçar, pregar peças

Em seus sonhos

Enquanto seu corpo, inerte,

Se prepara para a agitação de um novo dia…

 

Dorme!

Deixe a noite lhe encobrir!

Acredite nas verdades

Que somente as trevas podem revelar;

Tenha a coragem de imaginar todo o espectro

E se deliciar com os segredos que são somente seus

E que voltam para você debaixo do cobertor.

 

Dorme!

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